São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995 |
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Para Febraban, BC estimula informalidade
FERNANDO CANZIAN
"Quando há pressão sobre alguns setores, começam a surgir válvulas que levam muitos para a informalidade", disse. "E quem vai, raramente volta". Schulman disse que o BC favorece o aparecimento de agiotas. Segundo ele, a informalidade já tomou conta de muitos setores. "Basta ver que a economia cresceu muito e que o dinheiro (correspondente ao crescimento) não aparece", diz. Recentes medidas do governo aumentaram a quantidade de dinheiro que os bancos recolhem no BC -os chamados empréstimos compulsórios. Com estes recolhimentos, diminui a oferta de recursos nos bancos e aumenta o custo para quem toma empréstimos. Em tese, isso desacelera a economia. Questionado, o presidente da Febraban negou que as "escapadas para o informal" possam ocorrer dentro do setor bancário, onde, segundo ele, há "estrito controle das atividades". Mas dezenas de empresas de factoring, algumas delas pertencentes a bancos, têm sido acusadas de estar praticando atividades informais. O factoring é a compra de créditos de empresas (duplicatas etc) com desconto. Na informalidade, as empresas de factoring estão tomando empréstimos no mercado e adiantando dinheiro a pessoas físicas e empresas em troca de cheques pré-datados -duas atividades que não lhes competem. "Embora alguns bancos tenham empresas de factoring, a atividade não é controlada pelo BC. É preciso que passe a ser, assim como foram os consórcios quando começaram a praticar irregularidades", disse Schulman. "Hoje, a fiscalização do factoring está no limbo". Ele diz que, além do compulsório do BC, os elevados impostos sobre quem aplica ou toma dinheiro emprestado podem fazer com que a informalidade extrapole para outras atividades. "Quem tem dinheiro pode passar a emprestar diretamente para quem precisa (sem pagar impostos), o que se chama vulgarmente de agiotagem", disse. Ele recomendou ao governo que estimule a produção no lugar de continuar contendo o volume de dinheiro e o crédito na economia. Texto Anterior: País perdeu R$ 3,8 bilhões Próximo Texto: Bancos pedem socorro ao BC Índice |
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