São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Bancos pedem socorro ao BC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Informações divulgadas ontem pelo Banco Central indicam que cresceu muito o socorro aos bancos para que estes possam fechar suas operações diárias sem débitos de caixa.
Os bancos estão recorrendo à linha de empréstimos diários que o BC mantém para estes casos (o chamado empréstimo de liquidez, ou linha de redesconto).
A média diária dos empréstimos para esta finalidade, em março, foi de R$ 1,33 bilhão. Mesmo durante dezembro, quando uma crise do mesmo tipo levou o BC a intervir no Banespa e no Banerj, esta média chegou a R$ 771 milhões.
Estes dois bancos -os únicos do setor público capazes de movimentar esta quantidade de recursos na linha de redesconto- não podem ser culpados pelos números de março.
Banespa e Banerj praticamente deixaram de acessar a linha de redesconto em função de uma decisão do BC. As duas instituições foram isentas do depósito compulsório sobre depósitos à vista (dinheiro que os bancos precisam recolher ao BC quando recebem depósitos).
Como os dois bancos estaduais não estão recorrendo à linha de redesconto, os tomadores de empréstimo são instituições privadas (o valor seria muito alto para os demais bancos estaduais do país).
A linha de redesconto existe para socorrer bancos que, em determinado dia, por exemplo, pagaram em saques mais do que receberam em depósitos. É um tipo de empréstimo para situações de emergência, que cobra altas taxas de juros.
Normalmente, os bancos usam este recurso por poucos dias e pagam, logo depois, o empréstimo e os juros. Quando um banco recorre a este empréstimo diariamente é um sinal de que está com problemas.
O recebimento dos empréstimos de redesconto está condicionado às garantias que o banco pode oferecer.
Se para fechar seu caixa uma instituição precisa de mais reais que as garantias que possui, o BC pode liquidá-la ou intervir.

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