São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995
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'Vida Privada' nasce clássico como pizza

RICARDO CALIL
DA REDAÇÃO

"Comédia da Vida Privada", série que a Globo iniciou anteontem, promete se tornar um clássico instantâneo, como Roberto Carlos, macarronada ou fim-de-semana no litoral. Isto, é claro, se a classe média aprender a rir de si mesma.
A Globo fez a coisa certa. Recorreu às crônicas de Luís Fernando Veríssimo, a melhor tradução deste segmento social aparentemente desprovido de graça; apostou em uma direção "esperta" (de Guel Arraes), que quase não lutou contra o texto; e fixou apenas o brilhante Marco Nanini no elenco.
Depois de um histórico piloto, exibido em agosto de 94, a adaptação voltou como série mensal. Se não repetiu o brilho da primeira tentativa, o programa de anteontem, dedicado ao tema "pais e filhos", respeitou a coloquialidade de Veríssimo e evitou os excessos.
No elenco, composto por Nanini (pai), Louise Cardoso (mãe), Patrícia Perrone (filha) e Enrique Diaz (namorado), apenas este último não entendeu a sutileza.
Apesar de seu personagem ter algumas das melhores falas, como esta: "Mãe psicóloga ajuda muito. Não só deixa fazer em casa, como assiste e faz anotações. E ainda dá um lanche depois. A gente tem só que arrumar a cama".
Para um programa que nasce clássico como uma pizza, os diálogos representam as azeitonas.

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