São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995 |
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Região da Gironde é oceano de vinhas A medieval Saint-Emilion é parada obrigatória ALCINO LEITE NETO
Os três rios banham a região de Bordeaux com seus 100 mil hectares de vinhedos e 4.500 casas de produção, os "châteaux". O Gironde risca toda a região de Médoc e as chamadas Côtes. O Garonne atravessa a cidade de Bordeaux e alimenta as terras de Graves e de Sauternes. O Dordogne avança sobre o distrito de Libourne, onde estão os solos de Saint-Emilion e Pomerol. A região inteira é um oceano de vinhas, recortado por estradas estreitas e melancólicas, que devem ser percorridas de carro. O turista pode se hospedar nos castelos-hotéis, que, com suas fachadas luminosas, pontuam toda a paisagem do lugar, ou na própria cidade de Bordeaux, que ocupa uma posição central na região. Bordeaux, além de parada histórica obrigatória, é um centro urbano sofisticado, com excelentes restaurantes -como o L'Ombrière (reserve: tel. 56.44.82.69)-, teatros, galerias de compras (com grande variedade de vinhos e queijos), além dos cafés, que Paris alguma pode botar defeito. Ao chegar nesta cidadezinha medieval, é preciso saltar do carro e percorrer a pé, calmamente, as ruelas, saboreando um delicioso Macaron, biscoito típico da região feito com amêndoas. Uma das ruelas vai dar com certeza em alguma das lojas de artesanato e design da cidade ou num dos cafés deliciosos que ocupam suas praças e esquinas. Outra vai levar necessariamente à Igreja Monolítica, que tem cerca de mil anos. Nela, o turista penetra como numa caverna e, de repente, está dentro de um enorme e inacreditável templo escavado na rocha cercado de catacumbas. No limiar do gótico, a arquitetura da igreja parece provar a superstição de que tudo o que é novo, antes de ver a luz do dia, precisa ser antes escavado na sombra. Texto Anterior: Vinícolas entram na era da informática Próximo Texto: Cultura movimenta primavera em Paris Índice |
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