São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Brasileira quase foi expulsa por estar sem a autorização Polícia abordou de madrugada Adriana Ramos em hotel EDSON FRANCO
No final do ano passado, ela, o marido e mais um amigo estavam hospedados em um hotel na cidade de L'Aquila (região de Abruzos, no centro da Itália). O trio de brasileiros estava em férias de 30 dias no país. Às 2h do décimo primeiro dia de viagem eles foram acordados pela recepção do hotel. Segundo Adriana, ela e o marido desceram e encontraram quatro policiais. "Sem nem sequer olhar para meu marido, o líder do grupo foi perguntando, de maneira rude, onde estava o meu 'Permesso'." Depois de mostrar o passaporte aos policiais, ela afirma que o policial preencheu uma intimação (notificação judicial) exigindo que ela comparecesse a uma delegacia da cidade. Adriana mostrou seu marido aos policiais e perguntou se a estavam confundindo com uma prostituta. "Nessa altura, dois deles se mostraram meio constrangidos e comentaram entre si: 'Ela já entendeu o problema'." Na manhã seguinte, Adriana, o marido e o amigo foram até a delegacia. Segundo a figurinista, eles perderam quase o dia todo na delegacia. "A certa altura, veio um funcionário da delegacia e disse que tinha que determinar nossa expulsão", lembra Ramos. A figurinista diz que pouco depois o mesmo funcionário voltou e, dizendo que acreditava na versão contada pelos brasileiros, decidiu não expulsá-los. Adriana ganhou de presente do funcionário da delegacia um livrinho com as leis que regem a conduta de estrangeiros no país. Ela deixou a delegacia sem o "Permesso di Soggiorno". "Como já estávamos há mais de oito dias na Itália, os policiais disseram que não poderiam emitir o documento." Adriana diz que ficou apreensiva durante os 20 dias de férias restantes. "Quando estava em um hotel e ouvia passos no corredor, dizia para mim mesma: 'Pronto, vieram me buscar'." Para evitar novos sustos, a figurinista entrou em contato com a Embaixada do Brasil na Itália. O órgão deixou um número de telefone a sua disposição e disse que, caso quisesse, ela poderia processar a polícia italiana, o que acabou não fazendo. Apesar do sufoco, a figurinista afirma que não vai deixar de visitar a Itália. (EF) Texto Anterior: Passaporte não basta para circular pelo país Próximo Texto: França ainda exige visto de brasileiros Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |