São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995 |
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Cheverny inspirou histórias de Tintin
ALCINO LEITE NETO
Ali, dois terços do castelo são dos turistas e almas penadas e o terço restante é habitação da família, que o possui desde 1634. Isso torna Cheverny um castelo "vivo", como se ele tivesse se livrado dos álbuns de história. A tal ponto livre, que o desenhista belga Hergé não resistiu a transformá-lo em história em quadrinhos. Inspirou-se nele para criar o castelo do capitão Haddock nas aventuras de Tintin, imitando a sua frente neoclássica, mas sem as duas torres laterais. Se Cheverny, no entanto, fez pouca história, resistiu incólume a ela, como uma miniatura que se tivesse pena de tocar. Guerras e guerras depois, ainda estão lá intactas a sua belíssima fachada toda branca, que jamais sofreu restauração, e a requintada decoração interna, onde destaca-se um retrato de Cosimo de Médicis feito por Ticiano. Fora isso, Cheverny, embora não seja um hotel, é um dos melhores exemplos de castelo-empresa da região. Possui um clube de golfe e dois espaços para festas e jantares. Entre eles, um sofisticado salão (a Orangerie), cujo aluguel custa entre 5.300 francos (R$ 1.000, se uma reunião) e 12,3 mil francos (R$ 2.320, por um dia inteiro). Ao longo do Loire, como na Bretanha e em Bordeaux, outros pequenos castelos ilustram a paisagem. Alguns são habitações particulares, mas muitos são hotéis. Alguns deles, como Château de Pray e o de Chissay (no Loire) e o Château Camiac (região de Bordeaux) souberam conjugar com elegância a antiguidade e as exigências às vezes pouco nobres do gosto e do conforto modernos. Texto Anterior: Mulheres disputaram posse de Chenonceau Próximo Texto: Cura marinha para o corpo é nova técnica na Bretanha Índice |
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