São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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CUT faz ato contra reformas na Previdência

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA AGÊNCIA FOLHA

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) fez ontem uma passeata no centro de São Paulo para protestar contra as reformas na Previdência, e promoveu protestos em várias partes do país.
Mais de 7.000 pessoas, segundo os organizadores (2.000 para a Polícia Militar) andaram da praça da República até a praça Ramos de Azevedo. Segundo José Lopez Feijó, presidente da CUT estadual, as reformas devem ser feitas, mas não da maneira que o governo está propondo. Segundo ele, a CUT defende o fim da aposentaria precoce de deputados e governadores, mas é contra o fim da aposentaria por tempo de serviço.
A CUT e o sindicato dos metalúrgicos farão ato contra as reformas em 1º de maio, em Diadema.
No Distrito Federal, o governo de Cristovam Buarque (PT), que há pouco mais de um mês patrocinou passeatas contra o governo federal, foi alvo ontem de manifestações de seus servidores e de críticas da CUT.
A CUT disse que Buarque não negociou com as áreas de saúde e educação, o que poderia ter evitado a paralisação desses dois setores, ontem. Os rodoviários ameaçam parar amanhã.
Médicos e professores em greve se uniram a servidores federais e funcionários da Previdência em passeata na Esplanada dos Ministérios, contra as reformas. Segundo os organizadores, eram 3.000 trabalhadores -1.500 para a PM.
"O governo do DF tem que dar satisfações aos trabalhadores. Considero essas paralisações legítimas, porque atendem às reivindicações deles (servidores)", disse à Folha o presidente nacional da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho. Segundo ele, falta a Cristovam "dar a transparência necessária ao governo".
O secretário de Comunicação Social do governo do Distrito Federal, Moacir de Oliveira, disse que achou "estranhas" as críticas.
No final da tarde, Vicentinho protocolou, no Planalto, documento com seis pontos de reivindicações de 17 entidades. Entre eles, está a suspensão da reforma previdenciária e das privatizacões. Caso o governo não acate as decisões, a CUT ameaça desencadear greves nacionais a partir do dia 3.
Em Florianópolis (SC), manifestantes "abraçaram" o prédio do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O ato reuniu cerca de 2.000 pessoas, segundo organizadores. A PM não fez estimativa.

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