São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Covas decide manter os diretores da Comgás que acumulam cargos

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Por decisão do governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), Ieda Correia Gomes, presidente da Comgás (Companhia de Gás de São Paulo), e os diretores Carlos Augusto e Fernando Raimundo vão continuar com os "cargos de consultores" na estatal.
Para o governo, não há acúmulo de cargos. Segundo a Secretaria de Energia, eles assumiram os "cargos de consultores" (obedecendo plano de carreira da Comgás) e exercem "função" de diretores.
Dois advogados ouvidos pela Folha, o constitucionalista Celso Bastos e o tributarista Ives Gandra Martins, têm opinião contrária.
Ambos citaram o artigo 37 da Constituição, que veda o acúmulo de cargos, empregos e funções.
O governo vê diferença entre o caso de Ieda Gomes, Carlos Augusto e Fernando Raimundo e o de outros dois diretores, Ronan Castejón e Márcio Bueno de Morais.
Castejón e Morais tiveram os salários reduzidos de R$ 6.500 ("consultor na função de diretor") para R$ 2.500 (salário de diretor que não fez carreira na empresa).
Segundo a Secretaria de Energia, Castejón e Morais não eram funcionários de carreira.
Martins discorda: "Se um diretor que não é de carreira ganha menos, os que são de carreira estão ganhando como diretor e consultor. Não dá para fugir".

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