São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Empresários prometem pressionar Congresso para aprovar reformas

DA SUCURSAL DO RIO

Empresários reunidos ontem no Rio criticaram a demora na reforma constitucional e disseram que vão pressionar o Congresso para acelerar a aprovação das propostas do governo.
"As propostas do governo são praticamente as mesmas do setor privado. O que nos irrita é a velocidade das reformas e, por isso, precisamos progredir na nossa interlocução com os parlamentares", afirmou Celso Giacometti, diretor-presidente da Arthur Andersen.
Multinacional que atua na área de consultorias e auditorias, a Arthur Andersen promoveu ontem a mesa-redonda "Plano Real -Uma Análise Empresarial".
Participaram da mesa, além de Giacometti, o presidente da White Martins, Félix de Bulhões, o presidente do Banco Inter-Atlântico, José Luiz de Miranda, e o presidente do Sindicato dos Bancos do Rio, Teophilo de Azeredo Santos.
Os empresários anunciaram um almoço em homenagem ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, a ser realizado dia 5 de maio, no Hotel Glória, no Rio. Eles pretendem deslanchar na ocasião uma campanha para acelerar as reformas.
"Precisamos acelerar as privatizações e também assegurar que as reformas em discussão no Congresso sejam aprovadas em curto espaço de tempo. Só assim conquistaremos crescimento e estabilidade", afirmou Bulhões.
Apesar do apoio às propostas do presidente Fernando Henrique Cardoso, os empresários fizeram críticas ao que Bulhões qualificou como "tropeços do governo".
"Foi um retrocesso, um episódio lamentável, a mudança das alíquotas dos importados. É uma mudança das regras do jogo inexplicável. Existem outras formas para atingir o equilíbrio das contas externas", disse Bulhões.
O empresário direcionou para as recentes medidas anticonsumo as críticas mais contundentes em relação à política econômica. "Essas políticas recessivas, anticonsumo, já foram feitas várias vezes e nunca deram resultado", afirmou.
A White Martins, que atua no setor de gás industrial, deve investir R$ 90 milhões neste ano, "praticamente o dobro do que investimos em 94", disse Bulhões.
Segundo ele, "o custo Brasil" -alta incidência de carga tributária sobre os setores produtivos- precisa acabar "urgentemente".
"Um exemplo é o da Shell, que preferiu instalar uma fábrica na Argentina, com investimentos de US$ 100 milhões. Eles fizeram um estudo e verificaram que a carga fiscal aqui seria de 56% e na Argentina, de 35%", disse.

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