São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Polícia usa filha de sequestrador

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MARECHAL CÂNDIDO RONDON

A polícia de Marechal Cândido Rondon (703 km a oeste de Curitiba) está usando parentes do suposto líder dos assaltantes, Waldecir Cardoso (o "Wal"), para tentar convencê-lo a deixar a casa onde mantém sete reféns há quatro dias.
Ontem, Leodofrido Cardoso, pai de "Wal", deu uma entrevista a uma emissora de rádio se oferecendo para convencer o filho a "deixar de lado esta besteira".
Na noite de anteontem, a polícia já havia levado até a central a mulher de Waldecir, Fátima Cardoso, e a filha, Eliara, 8. A menina falou com um homem na casa durante 20 minutos pela linha direta usada para as negociações.
O secretário da Segurança Pública do Paraná, Cândido Martins de Oliveira, negou que a menina esteja sendo usada pela polícia da mesma maneira que os sequestradores usam os reféns. Segundo o secretário, "ela está voluntariamente à disposição da polícia".
Apesar do contato da menina com o suposto líder dos assaltantes, a polícia não confirma a identidade de "Wal". Segundo Oliveira, o líder se manteve "muito frio, sem mostrar alterações na voz ao falar com a menina".
Waldecir Cardoso foi condenado a 11 anos de prisão por sequestrar um padre em Santa Catarina mas fugiu da penitenciária.
Na prisão, sofreu uma queda que deixou sequelas. Hoje, ele arrasta uma das pernas ao andar, o que teria facilitado a sua identificação.
Em Santa Catarina, "Wal" é conhecido como "Pastor", pelo hábito de citar versos bíblicos.
Durante as negociações, identificou-se como "Jacob", um personagem bíblico, dando mais uma pista à polícia.
Há duas semanas, "Wal" teria se hospedado em um hotel na região de Marechal Cândido Rondon, usando documentos roubados de um empresário.

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sobre o sequestro na pág. 2

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