São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Transportes param e prejudicam 1 milhão

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 1 milhão de pessoas foram prejudicadas ontem pelo atraso de três horas na saída dos ônibus urbanos de manhã e pela paralisação do Metrô entre 14h15 e 14h30.
Na estação Sé, os dirigentes do Sindicato dos Metroviários foram vaiados e liberaram o bloqueio cinco minutos antes do previsto.
As "greves-relâmpago" foram organizadas pelos motoristas e metroviários, que estão em campanha salarial. A data-base das duas categorias é 1º de maio.
Os 9.000 metroviários querem 70,43% de reajuste salarial, 15% de aumento real e correção mensal dos salários.
Os cerca de 50 mil motoristas e cobradores reivindicam 45,44% de reajuste, 10% de aumento real e vale-refeição de R$ 8,00.
O presidente do Transurb (sindicato das empresas de ônibus), Maurício Lourenço da Cunha, disse que os empresários não atenderão às reivindicações.
A tarifa de ônibus é de R$ 0,50 porque a prefeitura subsidia parte dos custos.
Segundo Cunha, até mesmo o repasse do IPC-r (índice que mede a inflação) acumulado entre julho de 94 e abril de 95 -de 29,55%- para os salários ficará difícil sem aumento da tarifa ou do subsídio da prefeitura às empresas.
Metrô
O presidente do Metrô, Paulo Goldschmidt, disse que o máximo que a empresa pode oferecer aos funcionários é o IPC-r.
"Vejo dificuldades de melhorarmos a proposta em função da situação financeira do Estado", disse Goldschmidt.
Para ele, a paralisação de 15 minutos que os metroviários promoveram só serviu para causar transtorno aos usuários e não acrescentou nada às negociações.
"Este tipo de manifestação fere os princípios básicos de civilidade", disse Goldschmidt.
Até o fim de junho, o Estado pretende deixar de subsidiar a tarifa. Os metroviários são contra.
A venda de bilhetes cobre cerca de 15% dos custos.

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