São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995 |
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Proposta de deputados pode pôr fim hoje à greve dos professores
FERNANDO ROSSETTI
A nova proposta continuava sendo discutida ontem às 23h por todas as partes -governo, grevistas e deputados estaduais. Mas já estavam definidas as linhas gerais dessa "proposta intermediária". Ela deve ser apresentada hoje pela comissão de deputados mediadora das negociações. A proposta tem cinco pontos, alguns dos quais podem ter uma definição final só hoje, pouco antes do início da assembléia, às 14h, na praça da República. O primeiro ponto está relacionado ao piso salarial dos professores, que passaria a R$ 200 por 20 horas-aula semanais. O governo propunha R$ 180 e os grevistas reivindicavam R$ 210. Ontem à noite, o governo tentava definir se esses R$ 200 serão pagos a partir de março (como querem os grevistas) ou em maio. Se os R$ 200 só forem pagos em maio, os professores receberiam em março e abril o piso proposto pelo governo (R$ 180). O piso atual está em R$ 141. O segundo ponto da proposta muda a diferença salarial entre os vários níveis da carreira do magistério. Historicamente, a diferença entre um nível e outro é de 5% (há 11 níveis na carreira). Pela proposta, a diferença do salário total (com abonos) entre os níveis deve cair para 2% a 3%. O terceiro ponto trata do estabelecimento de um mês para rediscutir os salários (uma espécie de data-base) no próximo ano. Provavelmente será março ou abril. O quarto ponto da proposta diz respeito ao pagamento dos dias parados com a greve. Os professores se comprometeriam a repor as aulas e o governo não descontaria os dias parados. O último ponto trata do início imediato dos trabalhos de uma comissão que vai rediscutir tanto a carreira dos profissionais da rede como uma política salarial a médio e longo prazo. Todas essas questões foram formuladas em uma reunião que começou às 23h de anteontem e terminou ontem às 2h da madrugada. Estavam presentes o secretário do Trabalho, Walter Barelli, diretores das entidades em greve e a comissão de deputados estaduais. A reunião de ontem à noite ocorria na Secretaria de Estado da Educação, com a secretária Rose Neubauer, além dos já citados. A nova proposta possibilita um fim negociado para uma greve que já estava se esvaziando. Segundo o governo, não chega a 10% o número de profissionais paralisados. A Apeoesp (sindicato dos professores) estima a adesão em 25%. Texto Anterior: Paralisação pode ser simultânea Próximo Texto: Servidores da Saúde se reúnem com secretário para discutir verba Índice |
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