São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Servidores da Saúde se reúnem com secretário para discutir verba

DA REPORTAGEM LOCAL

Os servidores estaduais da Saúde se reúnem hoje com o secretário em exercício da Saúde, Luiz Roberto Barradas, 41, para discutir sobre a verba do Fundes (Fundo Estadual de Saúde).
A verba é repassada ao Estado pelo Ministério da Saúde, com base nos atendimentos feitos pelos hospitais conveniados aos SUS (Serviço Único de Saúde).
Uma lei estadual definiu que 10% do total da verba deve ser repassado aos servidores como forma de prêmio-incentivo, mas não determinou quais os critérios a serem adotados na concessão.
Uma das reivindicações dos servidores, que estão em greve há 19 dias, é que a verba seja dividida igualmente entre todos os funcionários, o que daria R$ 27,00 para cada um.
A proposta do governo é de que se definam valores diferentes, dependendo da escolaridade do funcionário. Seriam criadas três categorias: básica, média e universitária, sendo que esta última receberia uma parcela maior da verba.
Segundo o diretor do Sindsaúde, Ângelo D'Agostini, 32, hoje devem ser fixados os valores para cada segmento.
"Nós queremos que o Fundes beneficie todos os funcionários. Ele vai ser um complemento de salário. Não pode ser concedido apenas a seis ou sete categorias", afirmou D'Agostini.
A paralisação dos servidores da Saúde ganhou a adesão de alguns postos de saúde da capital, segundo o sindicato.
A maior adesão está entre os funcionários de ambulatórios dos hospitais das Clínicas, Emílio Ribas e do Servidor Estadual.
No Emílio Ribas, apenas 100 entre 2.000 funcionários estão em greve. Todos os grevistas são do ambulatório. O problema é que, sem eles, cerca de 200 consultas deixam de ser realizadas por dia.
No Hospital das Clínicas, a estimativa é que a greve esteja mobilizando cerca de 10% dos funcionários. Mesmo assim, a maioria das 5 mil consultas realizadas por dia não estão acontecendo.
Os grevistas da Saúde realizam nova assembléia quarta-feira, dia 3, para decidir sobre a continuidade da paralisação. O ato está marcado para a quadra do Sindicato dos Bancários, no centro.
Eles reivindicam reajuste de 30% para todos os servidores (leia quadro). "Os servidores da Saúde representam 10% do funcionalismo estadual e apenas 4% da folha de pagamento do Estado. Queremos pelo menos 7%", disse Eliane Cruz, diretora do Sindsaúde.
Segundo o vice-governador Geraldo Alckmim, que participa das negociações, o governo não pode dar mais de 16,5% para a maioria dos funcionários. O governo propõe reajuste de até 30% para apenas sete categorias.

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