São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Mercado opera estável de olho no CMN

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro trabalhou ontem em compasso de espera, aguardando as medidas de restrição ao consumo do Conselho Monetário Nacional (CMN), que só saíram no fim da tarde.
O CMN encareceu o crédito direto ao consumidor e o custo do cheque especial.
Com essa nova rodada de medidas, o governo procura diminuir as pressões inflacionárias.
Analistas estimam que as taxas de inflação devem ser crescentes nos meses de maio e junho.
A outra opção do governo para conter o consumo seria a elevação dos juros, porém os resultados na queda dos índices de inflação são incertos.
Principalmente porque as taxas -em torno de 65% ao ano- já estão bastante altas.
O dólar comercial fechou cotado a R$ 0,914, para compra, e R$ 0,915, para venda.
O saldo de dólares -incluindo as transações comerciais e as financeiras- ficou negativo, porém em volume pequeno -US$ 33,6 milhões. No mês, o acumulado é negativo em US$ 339,9 milhões.
O maior problema nas contas externas continua sendo o volume de contratos de dólares para importação, que não cede apesar das medidas de redução das importações adotadas pelo governo.
Ontem o saldo comercial ficou negativo em US$ 62,8 milhões. A média de compra de dólares para importação entre os meses de janeiro e março foi de US$ 170 milhões por dia. Em abril, essa média subiu para US$ 217 milhões.
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou praticamente estável, variação positiva de 0,65%.
Segundo operadores, muitos investidores aproveitaram para realizar seus lucros, entrando no mercado para vender suas ações.
Os juros pagos pelos Certificados de Depósitos Bancários subiram 0,39 ponto percentual, ficando em 59,10% ao ano, com rendimento bruto de 4,214% ao mês.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,1800%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 7,36% ao mês, projetando 4,25% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 7,41% ao mês, projetando 4,29% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 4,7749%. CDBs prefixados de 32 dias negociados ontem: entre 34% e 59,5% ao ano. CDBs pós-fixados de 153 dias: 15% ao ano mais TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 8,71% ao mês, projetando rentabilidade de 5,13% no mês. Para 32 dias (capital de giro): de 74% a 135% ao ano.
No exterior
Prime rate: 9% ao ano. Libor: 6,25%.
AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 0,65%, fechando com 38.510 pontos e volume financeiro de R$ 238,17 milhões. Rio: estável, encerrando a 18.014 pontos e movimentando R$ 25,19 milhões.
Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.442,0 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 16.883,99 pontos.
DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,914 (compra) e R$ 0,915 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ (compra) e por R$ (venda). "Black": R$ 0,900 (compra) e R$ 0,910 (venda). "Black" cabo: R$ 0,912 (compra) e R$ 0,917 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,88 (compra) e R$ 0,92 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: queda de 0,35%, fechando a R$ 11,24 o grama na BM&F.
Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) neste mês acumulado até o dia 26 é positivo em US$ 378,10 milhões. As saídas financeiras superam as entradas de dólares em US$ 718,02 milhões. O saldo total está negativo em US$ 339,92 milhões.
No exterior
Segundo a "UPI", em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,6165. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3723 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 83,73 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 388,2.
FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para abril fechou a 4,22% no mês e para maio a 4,38% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para junho ficou a 41.000 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para abril fechou a R$ 0,915 e a R$ 0,935 para maio.

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