São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Inflação medida em São Paulo chega a 2,44%

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação manteve tendência de alta em São Paulo na terceira quadrissemana de abril. O ritmo de evolução, no entanto, foi menor do que o das quadrissemanas anteriores.
Pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostrou que o aumento médio dos preços no período foi de 2,44%, contra 2,29% na segunda quadrissemana. A alta foi de 0,15 ponto percentual, abaixo do 0,19 ponto da anterior.
A quadrissemana é a comparação de preços de 30 dias em relação aos 30 imediatamente anteriores. No caso da terceira de abril, foram comparados os preços médios de 24 de março a 23 de abril com os de 22 de fevereiro a 23 de março.
Os itens que tiveram as maiores acelerações de preços no período foram roupas, alimentação e o setor de fumo e bebidas. Aluguel e mensalidades escolares, líderes de aumento nas semanas anteriores, estão subindo menos e pressionam a taxa para baixo.
Heron do Carmo, economista da Fipe, diz que as próximas semanas serão de estabilidade na taxa, apesar de as novas expectativas apontarem para um quadro desfavorável. Este quadro surgiu devido à desvalorização cambial, aumentos de alíquotas dos importados e a problemas na coordenação político-econômica na equipe do governo, segundo o economista.
A previsão da Fipe para abril é de uma taxa próxima a 2,5%. Em maio, as pressões maiores serão de alimentos básicos, devido ao aumento do salário mínimo. A oferta destes produtos é boa, o que não deve forçar aumento de preços, diz Heron do Carmo.
A taxa de inflação de maio sofrerá, ainda, o impacto dos aumentos de vestuário, que subirão 7%, contra os 5% previstos para abril.
A inflação está mudando de patamar neste segundo trimestre. Já é de 2,50%, enquanto no primeiro trimestre a taxa média foi de 1,35%.
Esta mudança se deve a novo comportamento dos preços dos alimentos industrializados, produtos de higiene e de limpeza, que passaram a ter reajustes próximos da taxa média de inflação. Desde o Plano Real até março mantinham reajustes inferiores à inflação média.
Esta evolução será, em parte, compensada pela desaceleração dos reajustes de aluguel e mensalidades escolares.
Heron do Carmo acredita na estabilidade da taxa no patamar de 2,5% porque a demanda já não está tão aquecida. Além disso, para não perderem mercado as indústrias não devem promover reajustes acentuados.
Os supermercados também vão segurar preços para não ver reduzida sua participação no mercado, acredita Heron do Carmo.

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