São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Novo filão

WILSON BALDINI JR.

O México não se contenta mais em "invadir" os EUA com grupos musicais ou com um novo restaurante especializado a cada semana na divisa entre os dois países.
Com o surgimento cada vez maior de ótimos pugilistas e o consequente acúmulo de campeões, o próximo objetivo dos mexicanos nos EUA é alterar o centro do boxe internacional.
Acostumados a dominar os combates dos pesos-pesados desde a metade da década de 70, os donos dos cassinos de Atlantic City (Estado de Nova Jersey) e Las Vegas (Nevada) começam a perder algumas de suas fichas.
Os empresários descobriram dois novos e promissores centros: Califórnia e Texas. A forte imigração mexicana, juntamente com os seus "campeões nacionais", formam uma parceria perfeita.
O melhor exemplo aconteceu no último dia 31 de março, em Los Angeles. Vimos, pela TV, cerca de 30 mil pessoas comemorarem -com o entusiasmo de um gol em uma partida de futebol- as vitórias de Alejandro Gonzalez e Humberto Gonzalez.
A paixão dos imigrantes mexicanos nos EUA ultrapassou as barreiras do racismo.
Há pouco tempo, o Conselho Mundial de Boxe não reconhecia as lutas que eram disputadas no Estado da Califórnia, devido à discriminação contra os mexicanos.
O sucesso mexicano pode ser notado na lista de campeões do Conselho Mundial, principal entidade da nobre arte.
Nas 17 categorias, seis são dominadas pelos "chihuahuas". Todas abaixo dos 63 quilos. O time é liderado pelo experiente e já decadente meio-médio-ligeiro Júlio César Chavez, cuja aposentadoria não deverá ser tão sentida.
Basta acompanharmos os combates do peso-palha Ricardo Lopez, do mosca-ligeiro Humberto "Chiquita" Gonzalez, do pena Alejandro Gonzalez (eles não são irmãos), do super-pena Gabriel Ruelas (norte-americano naturalizado) e do leve Miguel Angel Gonzalez.
A certeza é que outros campeões irão surgir, mantendo a tradição mexicana, que teve nomes como o peso-galo Carlos Zarate.
Único, segundo os especialistas, a fazer sombra para o eterno campeão Éder Jofre.
Não podemos esquecer de Salvador Sanchez, que morreu em 1982 aos 23 anos, marcando época na categoria dos penas.
A lista continua com Ruben Olivares, Lupe Pintor, Pipino Cuevas...

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