São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Rio expõe universo surreal de Miró

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Exposição: Miró - Águas-Fortes e Litografias
Onde: Casa França-Brasil (r. Visconde de Itaboraí, 78, tels. 021/253-5366 e 253-5543, centro)
Quando: de terça a domingo, das 10h às 20h; até 28 de maio
Quanto: entrada franca

Uma coleção de 51 gravuras do artista plástico catalão Joan Miró (1893-1983) pode ser apreciada até 28 de maio na Fundação Casa França-Brasil, no centro do Rio de Janeiro.
Produzidas entre 1960 e 1980, as gravuras -nas técnicas de água-forte e litografia- do acervo da galeria francesa Maeght deverão ser também expostas em São Paulo e Brasília, em datas e locais ainda não-definidos.
A exposição destas peças de Miró -que é considerado um dos gênios das artes- serve para aumentar a efervescência cultural no Rio promovida pelo consulado da França.
Em paralelo à mostra de Miró, o MNBA (Museu Nacional de Belas Artes) está exibindo uma exposição com 58 obras-primas do escultor francês Auguste Rodin (1840-1917).
O adido-cultural do consulado, Romaric Sulger Buel, é o responsável pela vinda das duas exposições.
"O trabalho de Miró representa uma revolução das cores e do grafismo. Ninguém como ele jogava com as cores primárias. É sempre um prazer impactante ver o trabalho dele", diz Buel.
Pintor, gravador e escultor, com seu fino traço Miró produziu obras com uma tocante leveza, marcadas pela presença de cores e movimentos curvos.
As gravuras expostas na Casa França-Brasil mostram que, nem mesmo no final de sua vida, a obra do artista perdeu em qualidade e intensidade.
O universo colorido de Miró -com suas imagens abstratas que lembram o cosmos e o imaginário infantil- explode nas paredes do histórico prédio da Casa França-Brasil.
Um universo subjetivo que serviu para a coroação de Miró como um dos expoentes do movimento surrealista -que, ao representar sonhos e fantasias que brotam do inconsciente humano, sacudiu as artes na década de 20, a partir de Paris.
A presente exposição representa uma pequena amostra do acervo do artista, espalhado pelos melhores museus do mundo e coleções particulares.
Também dedicando-se a trabalhos monumentais, Miró fez vários murais, como em 58 para o prédio da Unesco, em Paris, e em 60 para a universidade norte-americana de Harvard.
É dele também uma enorme escultura afixada na calçada em frente à entrada do luxuoso prédio do Commerce Bank, no centro da cidade de Houston, no Texas (EUA).
Um pouco mais do trabalho de Miró poderá ser visto no Rio de outubro a dezembro, com a exposição de cerâmicas, esculturas, desenhos e pinturas do artista programada pelo CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil).
São obras da Fundação Miró, na cidade espanhola de Barcelona, e do museu Rainha Sofia, em Madri.

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