São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Walsh vai ao inferno da guerra

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Raoul Walsh era um desses raros diretores capazes de transitar entre um gênero e outro sem perder a pose.
Em "Um Punhado de Bravos" (Globo, 2h15), ele narra a odisséia de um grupo de soldados aliados com a missão de destruir uma estação de radar japonesa na atual Myanma (outrora Birmânia).
O filme é considerado um dos pontos altos de sua carreira, em parte por romper, justamente, com a unidade de gênero. Em princípio, é um filme de guerra. Mas, a partir da saga infernal vivida pelos heróis, o que se impõe, como em tantos de seus trabalhos, é o furor, a demência, o excesso.
Se esses elementos já estão presentes em trabalhos anteriores, é nesse momento que passam a se destacar, a isolar seus personagens, a definir a aventura humana como uma viagem ao coração das trevas.
E não uma viagem qualquer. Vale notar que Walsh é um dos poucos cineastas que carregam, até o final da carreira, nos anos 60, a sensação do cinema como novidade (ele que é um discípulo direto de Griffith, o criador da linguagem), e que a isso soube acrescentar um sentimento da modernidade.
(IA)

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