São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Escolha de cidade é mistério

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um dos mistérios que a polícia federal dos EUA (FBI) tenta resolver na tragédia de Oklahoma City é a resposta à pergunta "por que ali?".
Os agentes trabalham com cinco hipóteses. Uma delas já foi quase posta de lado: a de que a escolha do local foi aleatória.
O que já se sabe sobre o atentado mostra que ele foi uma operação planejada com cuidado e com muitos detalhes significativos, a começar pela data, o segundo aniversário da invasão da culto do Ramo Davidiano.
O prédio do serviço público federal fica perto das saídas para três estradas interestaduais, o que facilitaria a fuga dos terroristas.
Além disso, a cidade é próxima de locais que os suspeitos conhecem bem. Se for confirmado que dinamite roubada do Exército foi usada para detonar os explosivos, ela pode ter vindo da base de Fort Riley, nas proximidades, onde dois dos suspeitos serviram.
A segunda hipótese mais forte é a da vingança. Muitos dos agentes que trabalhavam em Oklahoma City participaram das ações contra o Ramo Davidiano em 1993. Se esse foi o caso, o plano fracassou: nenhum deles morreu.
Outra tese é que o edifício de Oklahoma City, por ser de vidro e ter um átrio de dois andares que facilitou o seu colapso, era mais vulnerável do que a maioria dos outros prédios do serviço público federal nos EUA.
A mais lúgubre das cinco hipóteses é a de que o prédio foi selecionado porque sua creche funcionava no segundo andar, em área envidraçada, o que potencializou o número de vítimas crianças.
Os EUA estudam a possibilidade de transferir todas as outras 98 creches que funcionam em edifícios públicos federais.
Há uma sugestão de que todas elas sejam colocadas nos porões dos prédios e outra de que elas sejam mudadas para outros locais próximos.
(CELS)

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