São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Maioria quer mais investigação

MAURO TAGLIAFERRI
DO ENVIADO ESPECIAL

O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, ganhou apoio popular para forçar o Congresso norte-americano a aprovar mudanças na legislação em prol do combate aos grupos armados e ao terrorismo no país.
Em pesquisa nacional realizada pelo instituto Gallup no último final de semana, 72% dos entrevistados disseram que o governo deve investigar grupos armados resistentes ao governo.
Eles também acham que as investigações devem ser mantidas mesmo infringindo direitos constitucionais dos integrantes desses grupos.
Com isso, o país retoma um debate datado do final dos anos 60, quando o FBI -Escritório Federal de Investigações, a polícia federal dos EUA- tinha poderes para investigar os cidadãos comuns.
As investigações incluíam escuta telefônica clandestina e infiltração de agentes federais em grupos civis.
Em nome dos direitos e liberdades constitucionais, tais poderes foram restringidos.
"Nós fomos educados sob um sentimento de liberdade e, agora, há mais de cem pessoas sob os escombros do Alfred Murrah, disse George Post, representante de vendas em Oklahoma City, capital do Estado de Oklahoma, centro-sul ocidental dos Estados Unidos.
"Será que vale a pena tanta liberdade?, perguntou ele.
"Acho que chegamos a um ponto limite. Precisamos pensar melhor sobre nosso futuro, disse o gerente de vendas Greg Petko.
As opiniões, porém, ainda estão carregadas pelo impacto emocional provocado pela explosão do último dia 19.
"Para uma pessoa que faz uma coisa dessas, não pode haver direitos civis, afirmou o contador Manda Sammuel.
Para ele, medidas de combate ao terrorismo "vão dar mais segurança aos cidadãos comuns.
Um vendedor do Texas (centro-sul ocidental dos Estados Unidos), que preferiu se identificar apenas como Richard, discordou.
"O governo já tem poder suficiente. O que precisa fazer é punir os responsáveis pela bomba, afirmou o vendedor.
(MT)

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