São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995
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Polícia oferece carro-forte a sequestradores

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MARECHAL CÂNDIDO RONDON

O desespero dos reféns e uma possível desidratação de Natália Reuter Martin, de nove meses, fez com que a polícia recuasse nas negociações com sequestradores, em Marechal Cândido Rondon (PR), e aceitasse dar um carro-forte e |R$ 100 mil para o grupo.
A Agência Folha apurou, junto a um integrante do comando da Polícia Civil do Paraná, que a possibilidade de a polícia invadir a casa é cada vez mais iminente.
Três homens mantêm, desde as 4h de segunda, sete pessoas como reféns na casa do empresário Roni Martin, 27. São três mulheres, uma adolescente e três crianças.
Além do bebê, filha de Martin, são reféns Leina Reuter Martin, 26, mulher do empresário; a babá Ana Paula Syperreck, 15; a empregada Ivete Scheffer, 25; Úrsula Kraemer, 28, e os gêmeos Fabrício e Fabiano Kraemer, 7. Os Kraemer são mulher e filhos do tesoureiro da empresa de Martin, Elton Kraemer.
O recuo da polícia aconteceu 105 horas e 15 minutos de sequestro, iniciado após uma tentativa frustrada de assalto. Às 13h15 de ontem, o secretário da Segurança Pública do Paraná, Cândido Martins de Oliveira, fez a nova proposta aos sequestradores.
Ele ofereceu um carro-forte, R$ 100 mil e um salvo-conduto (licença para transitar livremente) válido no Paraná para que os reféns fossem soltos.
Antes, a polícia não admitia qualquer outra hipótese que não a rendição incondicional dos sequestradores, que exigem ainda armas e levar os reféns na fuga.
A mudança de posição da polícia começou a ocorrer às 8h45, quando Oliveira assumiu o comando das negociações, depois de um contato com o governador do Paraná, Jaime Lerner (PDT).
O contato ocorreu depois de, às 7h15, Úrsula Kraemer afirmar à polícia que os sequestradores haviam cortado a alimentação e o fornecimento de água aos reféns.
A radicalização dos sequestradores teria ocorrido depois que a polícia assumiu o controle de vários cômodos da casa.
Os sequestradores e os reféns haviam sido confinados na suíte do casal, quarto da Natália e em um banheiro (leia quadro ao lado).

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