São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995 |
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Brasil volta para lista de investigação
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Até o fim de todo mês de abril, o responsável pelo comércio exterior dos EUA tem que enviar à Casa Branca a relação de países que devem ser observados por alegadas práticas desleais de comércio com os EUA. O Brasil, como o Japão, a China e a maior parte dos países da Europa ocidental, tem estado com frequência nessa lista. Em 1994, foi excluído, diante das evidências de que o Congresso aprovaria logo a lei de patentes. Um ano se passou e o Congresso ainda não agiu. O tema das patentes foi o único ponto de potencial conflito discutido pelos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton na semana passada. Até o final de maio, o governo dos EUA tem que decidir quais países vão ser investigados para possíveis sanções. Até fevereiro de 1996, decide-se quais países terão seus produtos de importação sobretaxados. Em 1988, o Brasil sofreu retaliações comerciais dos EUA. As sanções afetaram as exportações brasileiras no valor de US$ 100 milhões anuais. Elas foram suspensas em 1990, quando o então presidente Fernando Collor assumiu compromisso pessoal com seu colega George Bush de que o governo encaminharia ao Congresso uma lei de proteção à propriedade intelectual. Isso foi feito mas até agora o Congresso não se resolveu. Há grande boa vontade na administração Clinton em relação ao governo FHC. Mas, como disse Clinton na semana passada ao responder a pergunta da Folha sobre o tema das patentes, o presidente dos EUA tem que cumprir as leis vigentes no país. Se o Congresso não aprovar a lei de patentes até se esgotarem os prazos para eventuais sanções comerciais contra o Brasil (fevereiro de 1996), elas serão aplicadas. Texto Anterior: Esca pode ser excluída por razão 'ética' Próximo Texto: Polícia oferece carro-forte a sequestradores Índice |
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