São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995 |
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Reforma deflagra sucessão no PMDB
DANIEL BRAMATTI
A votação da reforma da Previdência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, na última quinta-feira, deflagrou a campanha pela sucessão do deputado federal Luiz Henrique (SC) na presidência do PMDB. Luiz Henrique, que pode concorrer à reeleição em setembro, foi acusado pelo líder do PMDB no Senado, Jáder Barbalho (PA), de ter "negociado mal" a adesão do partido ao governo. Barbalho também disse que Luiz Henrique "entregou" a presidência da Câmara ao PFL. "Quem muito se abaixa, algo lhe aparece", comentou o senador, após a reunião em que o partido desistiu de votar contra o governo federal na CCJ. "As declarações de Jáder foram surpreendentes e só podem ter relação com a sucessão no partido", disse Luiz Henrique. "Não vou dizer que Jáder foi um mau peemedebista só porque entregou a cabeça de chapa ao senador Jarbas Passarinho na eleição do Pará. Não vou dizer que ele se abaixou e mostrou a bunda", declarou Luiz Henrique. Sucessão Ainda não há candidatos oficialmente lançados à presidência do PMDB. Além de Luiz Henrique, integrantes do partido citam como possíveis concorrentes o senador Íris Rezende (GO) e o ex-governador de São Paulo Luiz Antonio Fleury Filho. A eleição de Íris, aliado do ex-presidente do partido Orestes Quércia, poderia complicar ainda mais o relacionamento do partido com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Quércia lidera a ala peemedebista que prega o rompimento com o governo FHC. Aliados de Quércia têm vencido as disputas pelos principais diretórios municipais do PMDB em São Paulo, o que acendeu um sinal de alerta no Palácio do Planalto. Segundo Luiz Henrique, o próprio FHC deveria agir para neutralizar o avanço quercista no partido. "Para evitar problemas, o governo tem de dar maior respaldo e força a seus aliados. Os líderes do governo e os ministros do partido precisam ter seus espaços ampliados", afirmou o deputado. Coordenador Luiz Henrique insiste na tese de que um ministro deve assumir o papel de coordenador político do governo, apesar de FHC já ter demonstrado que prefere exercer pessoalmente a função. O presidente do PMDB se recusa a confirmar sua preferência pelo ministro dos Transportes, o gaúcho Odacir Klein, um de seus aliados dentro do partido. "Não vou falar em nomes, para que ninguém seja atingido por uma chuva de canivetes", afirmou Luiz Henrique. O senador Jáder Barbalho, que passará o fim-se-semana em seu Estado, não foi localizado ontem à noite em sua casa em Belém. Texto Anterior: Acesso à rede mundial custará R$ 50 por mês Próximo Texto: Acusado de sequestrar Canhedo é preso Índice |
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