São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Homens se misturam mais do que mulheres
THAÍS OYAMA
As uniões mulheres nikkeis/homens brasileiros totalizam apenas 39,8% do total de casamentos. A predominância é histórica. Segundo a pesquisa do centro de Estudos Nipo-Brasileiros, desde 1958 a maioria dessas relações interétnicas no Brasil tem o homem como elemento nikkei. O antropólogo Koichi Mori arrisca uma tese para explicar o fenômeno. Na sua opinião, ele estaria relacionado ao temor da perda de identidade étnica por parte dos japoneses. "Existe entre os nipônicos a crença de que a etnia é transmitida às gerações por meio do homem e não da mulher. Sob o ponto de vista de uma família conservadora, portanto, é considerado menos 'grave' o fato de o filho se casar com uma brasileiro do que a filha se ligar a um não-japonês", explica Mori. Levando-se em conta os resultados da pesquisa, esse suposto receio da perda da identidade está diminuindo: até 1962, a porcentagem de casamentos entre homem nikkei e mulher brasileira era de 21,4% contra 7% de uniões do tipo inverso. Hoje, a diferença ainda é grande, mas não chega a representar o dobro, como na década de 60. As uniões do tipo marido nikkei/mulher brasileira somam 60%, enquanto os casamentos marido brasileiros/mulher nikkei totalizam 39%. (TO) Texto Anterior: Leitor reclama de mala violada Próximo Texto: Roupa de trabalho pode ser usada no feriado Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |