São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995
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'Nunca paro em semáforo vermelho', diz economista

Roberta diz que viu 15 assaltos em sinais em um só dia

DA REPORTAGEM LOCAL

"Depois que fui assaltada, não paro mais em semáforo vermelho, fiquei neurótica." A frase é da economista Roberta Arruda, 31, mais uma vítima dos assaltos nos cruzamentos do centro da cidade.
Arruda trabalha na esquina da avenida Rio Branco com Duque de Caxias. Ela diz ter perdido a conta de quantos assaltos a motoristas ela já presenciou.
"No sábado de Carnaval, vi mais de 15 motoristas serem roubados pelos garotos de rua que ficam neste cruzamento."
No mesmo sábado, ela foi assaltada na esquina da avenida Rio Branco com a avenida Ipiranga.
Segundo ela, um garoto aparentando 15 anos encostou ao lado de seu carro, pedindo sua bolsa e ameaçando jogar uma pedra branca, usada em calçadas, caso não fosse atendido.
"Tentei convencê-lo de que não tinha dinheiro, mas ele viu uma nota de R$ 10,00 na mão da minha mãe, que estava sentada ao lado. Fiquei com medo que ele jogasse a pedra e acabei dando o dinheiro", disse.
Segundo Arruda, o garoto que a assaltou falava baixo e estava muito agitado. A pedra era escondida embaixo da blusa, para que os outros motoristas não percebessem o assalto.
"Naquele dia, chamei a polícia três vezes, mas sempre que eles chegavam aqui os garotos fingiam que estavam só pedindo esmola e eles iam embora", afirmou.
Arruda diz que não registrou a ocorrência do assalto em uma delegacia de polícia "porque não teve tempo".
"Não acho que teria resolvido alguma coisa fazer um boletim de ocorrência porque a polícia não tem condições de ficar vigiando estes garotos", diz.

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