São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995 |
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O Qatar não chegou a pulsar nos teens
MATINAS SUZUKI JR.
Em verdade vos digo: o time brasileiro não chegou a acontecer lá no mundo árabe. Não correspondeu ao que se esperava da nova geração, da jovem guarda das maravilhas do fut contemporâneo daqui. O Qatar não chegou a pulsar, para colher nos campos uma poesia para a bola. O melhor dos teens não é futuro, é realidade: o maduríssimo Zé Elias. Aliás, o Corinthians, que, depois do Dino Sani, ficou um tempão procurando um volante habilidoso, também ofereceu à seleção dos teens campeã de 93 um bom jogador para a posição: O Marcelo Souza. Que, eu insisto, deveria ser convidado a fazer uma dupla histórica ao lado do Zé Elias no meio-campo alvinegro. Zagallo talvez seja o maior enigma do futebol brasileiro. Pé quente, cabeça branca, experiente -às vezes falando bobagens monumentais- ficou ali de auxiliar do Carlos Alberto Parreira. Passada a Copa, assume uma seleção com a filosofia de jogo totalmente diferente do estilo Parreira, vai lá, e enfia uma goleada no seu amigo e ex-superior. Deve ter experimentado alguma alegria íntima, por ter vencido um duelo onde ele arriscava mais (uma vez derrotado, teria perdido para um time pequeno e, certamente, seria cobrado por isto). O que mais me espanta é que a seleção parece ter ganho um novo viço, uma nova cor, uma nova alegria, um novo prazer em jogar futebol. Personalidade complexa, esta do técnico Zagallo. A semana foi mais do que auspiciosa para o São Paulo, que faz hoje o clássico Tam-Tam contra o XV, lá em Piracicaba. O time alcançou uma boa vantagem na liderança do Paulista e teve o Caio e o Juninho brilhando nos campos do Senhor por este mundo sem eira nem beira. Mesmo não sendo nem campeão nem artilheiro, Caio foi eleito o melhor jogador da Copa da teenbolada. Está ganhando uma saudável experiência internacional, que vai ajudar muito. O caubói do interior Pequeno Grande Junior e o estilo meio-mauricinho, meio coxinha do paulistano Caio farão uma dupla tricolor do barulho. O XV da velha raposa chamada Rubens Minelli começou papando tudo, entrou em declínio e está há três jogos sem decolar e voar como gostaria o comandante Rolim. Mas vai dar trabalho para o seu Telê. Santos e Corinthians engasgaram em velhas pedras nos respectivos sapatos na quinta passada. O Santos tropeçou no Guarani e o Corinthians escorregou nas travessuras da Juve da Javari. Mas a Vila estará formosa no crepúsculo de Cubatão deste domingo. Texto Anterior: Brasileiros reclamam da torcida local Próximo Texto: Invencibilidade no interior é trunfo de Telê Índice |
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