São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995
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DiCaprio estoura em filme sobre drogas

DANIELA ROCHA
DE NOVA YORK

Leonardo DiCaprio é "quente" -"hot" mesmo, no bom sentido hollywoodiano. Aos 20 anos, ele é considerado umd os melhores da última geração de atores e já foi chamado de tudo: de novo James Dean a reencarnação de River Phoenix.
Em "The Basketball Diaries", lançado na semana passada nos Estados Unidos (ainda sem data de estréia no Brasil), ele faz o papel do escritor e poeta Jim Carroll na adolescência, que experimentou drogas até o seu limite físico e psíquico (leia texto nesta página).
Ele já tinha um público "cult" graças a "Aprendiz de Sonhador" (que valeu uma indicação de Oscar de ator coadjuvante em 94) e "Despertar para a Vida". Agora estourou.
Filho de ítalo-americano, com família originalmente de Capri -daí o nome DiCaprio- Leonardo confessou que gostaria de ser dirigido por Coppola ou Tarantino. "Adoro esses caras", disse ele para a Folha. A seguir, outros trechos dessa entrevista.

Folha - Como foi o seu primeiro contato com a história de "The Basketball Diaries"?
Leonardo DiCaprio - Meus amigos comentaram muito a respeito deste livro, e meu pai sugeriu que eu não deixasse de ler. Quando finalmente li, me apaixonei pela história e pelo personagem. A maior mensagem do livro pode ser "não use drogas", mas toda a história da vida de Jim Carrol mostra que seu envolvimento com drogas era doentio.
Nesse aspecto, o filme é até mais enfático do que o livro.
Folha - Você já usou drogas?
DiCaprio - Não, nunca. Depois do filme acho que não vou mesmo.
Folha - "The Basketball Diaries" o transformou no assunto da temporada. Isso o assusta?
DiCaprio - Não. Só posso dizer que vou continuar fazendo o que estou fazendo. Acho que o sucesso nunca é muito confortável. É esquisito ter pessoas te assistindo. Quando ando por aí e alguém me olha, não sei se é porque me acha diferente ou porque está me reconhecendo.
Folha - Foi você quem sugeriu a participação de Juliette Lewis no elenco do filme?
DiCaprio - De certa forma sim. Conversei com ela sobre o filme e ela perguntou se não teria nada para ela fazer. Comentei sobre o papel da prostituta viciada em drogas e ela gostou. Falei com o Scott (Kalvert, diretor) e ele topou.
Folha - Qual foi o maior desafio do filme?
DiCaprio - Foi fazer a cena em que ele atinge seu máximo com drogas. Tentei me colocar no fundo do poço, quase como um animal, porque uma pessoa naquele estágio quase não pode falar, não controla os fluidos do corpo, tudo sai sem controle.
Eu contava os dias em que aquela cena seria gravada e que eu estaria preparado para fazê-la.
Folha - Muita gente o compara com River Phoenix.
DiCaprio - Eu não o conheci pessoalmente, mas era um fã de River. Sinto falta dele porque ele era mais um ator jovem no cinema e poderíamos estar juntos.
Folha - Você vai atuar no filme sobre a vida de James Dean?
DiCaprio - Ainda está em negociação. Ele é um grande personagem, mas acho que não vou fazer muito mais do que simplesmente imitá-lo, o que não exigiria grandes trabalhos de ator.
Folha - Como foi beijar os lábios da Sharon Stone em "Rápida e Morta"?
DiCaprio - Não posso chamar aquilo de beijo. Ela agarra meus cabelos por trás, empurra seus lábios contra os meus e afasta minha cabeça logo em seguida. E se tem alguém que eu realmente gostaria de beijar em cena é a anjelica Houston.

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