São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995 |
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Micropartidos mantêm dogmas da esquerda
CARLOS EDUARDO ALVES
O conjunto da extrema-esquerda brasileira abriga desde a curiosa junção de trotskistas e stalinistas num mesmo partido a quem, a partir do Ceará, tenta inventar o "marxismo da pós-modernidade". Estima-se que, somados, os militantes de partidos de extrema-esquerda (clandestinos ou não) que estão fora de PT e PC do B não cheguem a dez mil. Em comum, eles analisam que o PT não cumprirá a tarefa "revolucionária" por ter-se transformado numa perna da social-democracia no país. Também acham que a queda do socialismo no Leste Europeu não significou o enterro do marxismo-leninismo. A confluência termina aí. Os agrupamentos de extrema-esquerda dedicam-se à guerra pela liderança da construção do "partido revolucionário", outra obsessão. A fé inabalável na vitória da "revolução" embalada pelo marxismo-leninismo, apesar da falta de indícios, transforma muitos desses grupos na prática em seitas, com militantes empregando a vida em uma causa que não oferece perspectiva de recompensa, pelo menos no curto prazo. Há de tudo na ultra-esquerda no Brasil: grupos como o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) e o PRO (Partido da Revolução Operária) estão em campanha pela legalização. Outros, como a Ala Vermelha e a Tendência pelo Partido Operário Revolucionário (TPOR) ainda optam pela clandestinidade. "Não podemos revelar o número de militantes por segurança", diz, por exemplo, Erson Martins de Oliveira, líder do TPOR, um grupo que não tem mais de duas dezenas de seguidores. Texto Anterior: Investidor está descontente Próximo Texto: PSTU defende 'revolução socialista' Índice |
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