São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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PRO reivindica autoria do slogan 'fora FHC'

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos mais barulhentos grupos da extrema-esquerda brasileira é o PRO (Partido da Revolução Operária). O grupo não tem inspiração em nenhum dos teóricos clássicos da esquerda e quer até elaborar um novo projeto, que chama de "revolução humana".
"Nós lutamos pelo marxismo da pós-modernidade", discursa Jorge Paiva, 46, o líder do grupo. O PRO declara ter uma centena de militantes e é um partido de atuação limitada ao Ceará.
Pertencem ao PRO Maria Luiza Fontenelle (ex-prefeita de Fortaleza, eleita pelo PT em 85) e Rosa Fonseca, vereadora em Fortaleza.
O caminho de Paiva e seu grupo é curiosa: foram expulsos do PC do B e do PT. No intervalo entre as duas exclusões, Paiva fundou com o hoje deputado José Genoino (PT-SP) o clandestino Partido Revolucionário Comunista.
"Ao contrário do Genoino, sempre achei que o PT seria o partido da ordem", diz Paiva. Genoino é hoje da "direita" do PT.
O PRO defende a democracia direta, com sucessivas consultas à população, no lugar da democracia representativa e admite a luta armada para chegar ao poder.
"A luta armada pode se impor como meio contra a classe dominante", declara Paiva. No confuso ideário do grupo cearense, que quer se transformar em partido legal, há a vaga defesa de uma "revolução humana" que, acha o ideólogo do grupo abrirá a porta do gueto para o PRO.
"Nós somos só uma centena porque éramos clandestinos, mas apostamos que teremos milhões de adeptos", sonha Paiva.
O PRO é especializado em manifestações de rua. FHC já foi vítima no Ceará. "O grito de 'fora FHC' nasceu aqui no Ceará e se tornou um movimento nacional."

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