São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Mulheres aderem à 'febre' do bingo

Só no Estado de SP já há 170 casas

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Se você ganhar na Supersena e não souber o que fazer com o dinheiro, aqui vai uma sugestão: abra um bingo. Há uma espécie de febre de bingo pelo país.
Em pouco mais de um ano, 60 casas foram abertas apenas na cidade de São Paulo. Em todo o Estado, há hoje 170 funcionando legalmente.
Segundo a Associação Brasileira dos Administradores, Operadores e Proprietários de Bingos, o investimento necessário para abrir uma casa varia entre RS$ 300 mil e R$ 700 mil.
A associação estima que um bingo bem localizado e com capacidade para 500 pessoas consegue faturar cerca de R$ 500 mil/mês.
Na última quinta-feira à noite, em visita a dois bingos, a reportagem da Folha constatou que as mulheres estão ocupando um espaço antes dominado pelos homens.
Elas saem em grupos só de mulheres, jogam moderadamente e bebem cerveja ou refrigerantes.
"Os maridos até gostam. Assim, eles podem fazer outros programas", diz a fonoaudióloga Maria Aparecida Bessa, 38, que foi com três amigas, todas casadas, conhecer o bingo João Cachoeira, no Itaim-Bibi (zona sul).
"A graça do programa é a expectativa de ganhar. Mas paquerar também é um dos objetivos", confessa a advogada Simone Moregola, 27, que joga acompanhada do namorado no bingo Pamplona, nos Jardins (zona oeste).
"Bingo é bom quando você está sem um pingo de sono, tem dinheiro e quer se divertir", diz a também advogada Roselene Braga, 26, amiga de Simone.
"É um programa para qualquer idade. A gente também vai ao cinema, sai para jantar ou joga uma tranca", diz Maria Cecília Alcântara Machado, acompanhada de duas amigas, todas com mais de 60 anos.
"O bingo é divertido, mas não por mais de uma hora e meia. Especialmente se você não ganha nada", reclama Dina Paes Barreto, amiga de Maria Cecília. (MSy)

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