São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Congresso prepara 'Mercosul da saúde'

AURELIANO BIANCARELLI
ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

As epidemias não costumam respeitar fronteiras, especialmente quando as pessoas -e os negócios- passam de um lado para outro cada vez com mais frequência.
Pensando nisso, os países do Mercosul estão preparando uma espécie de pacto epidemiológico.
A primeira reunião informal aconteceu no Terceiro Congresso Brasileiro de Epidemiologia, que terminou quinta-feira em Salvador e que reuniu também o Primeiro Congresso Latino-Americano sobre o tema.
O encontro foi considerado um dos maiores sobre saúde pública já realizados no mundo.
"Já estamos listando recursos humanos e pesquisas científicas que possam interessar aos países vizinhos", disse Renato Veras, vice-presidente da Abrasco, Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
Os médicos lembraram que o cólera entrou no Brasil pela Amazônia e desceu em direção aos vizinhos do sul. O dengue já está a caminho da Argentina.
Naomar de Almeida Filho, diretor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, disse que nos últimos cinco anos o Brasil produziu 65,5% de todos os trabalhos científicos em saúde pública da América Latina.
"Não faltam conhecimentos e informações para melhorar a saúde das populações. Falta vontade política."
No encerramento, quinta-feira, dos congressos de epidemiologia, os participantes aprovaram a Carta de Salvador, em que, entre outras coisas, lembram a "queda e a modificação das fronteiras" com reflexos rápidos sobre as populações.
O congresso de Salvador reuniu 4.000 pessoas, 2.000 trabalhos e 300 conferencistas, entre eles 72 estrangeiros. As livrarias do congresso venderam mais de R$ 120 mil em publicações sobre saúde coletiva.

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