São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Brasileiro quer ganhar prêmio 'jumbo'

DA REPORTAGEM LOCAL

O brasileiro quer uma loteria que dê prêmios "jumbo", de pelo menos R$ 50 milhões. Não quer um prêmio paliativo, com o qual apenas melhore de vida.
Caso acerte no jogo, o apostador deseja mudar radicalmente sua condição social.
Essas e outras informações foram coletadas em pesquisas de opinião feitas pela CEF (Caixa Econômica Federal) junto à sua clientela.
A pesquisa que apontou o desejo do brasileiro por um jogo que renda prêmio de R$ 50 milhões, por exemplo, foi realizada há nove meses. A CEF ouviu 4.500 pessoas em todo o país.
Dessa pesquisa nasceu a Supersena, que não vai ter um prêmio tão "jumbo" assim, mas que já é um passo para atender a expectativa do apostador, como afirma o chefe da divisão de loterias da CEF, José Maria Nardelli.
A diferença da Sena e da Supersena é que, na primeira, aposta-se num universo de 50 dezenas. Podem ser premiadas as dezenas posteriores ou anteriores das que foram sorteadas.
Na Supersena, só ganha quem acertar o número principal. São 48 dezenas. Cada aposta na Supersena custa R$ 1,00. Já na Sena são cobrados R$ 0,32.
O chefe da divisão de loterias da CEF confirma que "em breve" deve anunciar um novo tipo de jogo com grandes prêmios, mas neste momento prefere tratar o assunto como "segredo de Estado". "Só posso dizer que vamos criar uma nova loteria."
Outra forma de pesquisa, esta usada com mais frequência pela CEF para saber o que pensa o apostador, é a qualitativa.
Clientes são convidados para, durante uma reunião com os pesquisadores, dizerem o que pensam dos jogos. Nestas pesquisas são propostas mudanças no perfil das loterias.
Sozinho
Mais do que querer um prêmio de R$ 50 milhões, o apostador brasileiro quer ganhar sozinho.
Não acha uma boa idéia receber prêmios fracionados, como acontece com a Quina, que paga um prêmio pequeno a quem acerta o terno, ou como também ocorre com a Sena comum, que brinda os números anteriores e posteriores do sorteio principal.
Usando uma expressão do jogo do bicho, o que o brasileiro quer é acertar no milhar.
Se a CEF fizer o que pedem os apostadores entrevistados em sua pesquisa, além do superprêmio, em breve a Loteria Esportiva também vai sofrer mudanças.
Isso porque o resultado do estudo mostrou que os clientes querem que a "loteca" fique mais diversificada, ou seja, que inclua jogos de vôlei, basquete, futebol de juniores etc.
"Isso é complicado, mas vamos tentar fazer", afirma Nardelli.
A principal reclamação dos frequentadores de casas lotéricas, sempre de acordo com a pesquisa da CEF, é quanto ao tempo perdido em filas para fazer o jogo.
"O apostador quer mais facilidade para apostar. Quer um mecanismo rápido para poder fazer seu jogo logo e ir embora rápido da casa lotérica", diz o chefe da divisão de loterias. (VA)

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