São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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'Ayrton era um mágico'

JOSÉ HENRIQUE MARIANTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O piloto Emerson Fittipaldi, 48, que se prepara para disputar as 500 Milhas de Indianapolis, em 28 de maio, deu o seguinte depoimento à Folha sobre o primeiro ano da morte de Ayrton Senna. (JCA)

"Nós, brasileiros, perdemos um ídolo incrível. Um ídolo insubstituível. E sentimos muito sua falta.
Quem ama o automobilismo sabe quem foi Ayrton Senna, sabe o que ele significou para o esporte.
Como extraordinário piloto que era, o carro, para Ayrton, era uma extensão de seu corpo.
Automobilismo é velocidade. E velocidade é algo impressionante. Para você ter idéia, em Indianapolis, nas 500 Milhas, eu percorro um campo de futebol em um segundo.
Dá para perceber o que é isso? Em três segundos, eu percorro três campos de futebol.
Um grande piloto, então, tem que ser mágico. Ayrton era o mágico dos mágicos.
Eu conversei algumas vezes com ele sobre esta questão. Automobilismo é paixão, arte, intuição... É algo difícil de ser explicado. Magia é uma palavra adequada.
Um ano após a morte do Ayrton, eu sinto muito a falta dele.
Nunca vou me esquecer do dia em que ele morreu.
Eu estava testando o carro para a prova seguinte da Indy. Pela primeira vez em dez anos, minha mulher interrompeu meus testes no meio.
Eu percebi que uma coisa muito grave tinha acontecido. Pensei que fosse com um filho meu.
Fiquei chocado quando soube do Ayrton. Foi uma tragédia. Uma tragédia. Terrível. É muito difícil para a gente se conformar."

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