São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Equipe determina área ocupada por garimpos

DA FOLHA VALE

Erramos: 30/04/95
O nome do pesquisador Paulo Roberto Martini está grafado incorretamete em legenda da página 14 da edição do Mais! de hoje.
Equipe determina área ocupada por garimpos
Os pesquisadores do Inpe descobriram que os garimpos na região do Alto Rio Fresco ocupam cerca de 4.240 km2 -duas vezes mais que Carajás, a maior mina de minério de ferro do mundo.
A descoberta foi feita por meio de observação contínua de imagens de satélite e sobrevôos na região, que fica no sul do Pará.
O Alto Rio Fresco é um dos formadores do Xingu, afluente do Amazonas. A degradação ambiental dos garimpos vem alterando a característica das águas do Xingu e do Tapajós.
Os técnicos do Inpe, que não têm como dizer se os garimpos são legais ou não, temem que a modificação da "assinatura" (característica) dos rios possa alterar todo o ecossistema da região.
"A primeira vez que detectamos este fenômeno foi há sete anos, e desde então temos notado que a situação só vem piorando, o que pode afetar a própria vida existente nesses rios", diz o pesquisador Paulo Roberto Martini.
Mercúrio é o alvo
Para as entidades ambientalistas, o desmatamento ainda é o principal tema a ser abordado do ponto de vista da degradação ambiental na Amazônia.
Com relação aos garimpos, o principal "inimigo" dos ambientalistas é o mercúrio utilizado nos processos de decantação do ouro.
A coordenadora das campanhas de floresta do Greenpeace no Brasil, Anna Fanzdres, 32, afirma que o grupo tem conhecimento sobre este tipo de impacto ambiental, mas tem dificuldades para agir.
"É muito difícil para o Greenpeace acompanhar de perto a ação dos garimpos nos afluentes do Amazonas, porque custo de uma campanha é muito alto."
Segundo Fanzdres, para viabilizar estas campanhas o Greenpeace seleciona temas prioritários, como é o caso da contaminação provocada pelo mercúrio.
Mesmo a contaminação provocada pelo mercúrio precisa ser mais estudada, de acordo com ela.
"Há pouco tempo, nós fizemos um seminário sobre isso em Santarém (PA), e a conclusão foi de que ainda é preciso detalhar como mercúrio encontrado nos sedimentos do rios passa a alterar a cadeia alimentar."

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