São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Crime "contamina" a economia da Rússia

DA REPORTAGEM LOCAL

Os números do Congresso do Cairo revelam que a economia da ex-União Soviética começa a se entrelaçar perigosamente com o crime organizado.
Estima-se que atualmente 3 milhões de pessoas estejam trabalhando para as máfias locais. A maioria deles, diz a ONU, são provenientes da Tchetchênia, cujo presidente, Djokhar Dudaiev, admite ser o líder de uma "máfia".
Só a máfia tchetchena retirou de Moscou, em 1994, US$ 350 milhões e os transferiu para outros países, segundo a ONU.
Em 1993, o Departamento Anti-Máfia russo divulgou dossiê do general Mikhail Iegorov, relatando que na economia russa há 40 mil investimentos do crime.
O general Alexander Gurov diz que o crime organizado controla hoje somas equivalentes a 40% do Produto Interno Bruto russo.
Segundo informações da ONU e do FMI, o sistema bancário russo também está contaminado pelo crime organizado. Oficialmente, os números mostram que 70% dos bancos russos seriam da máfia.
Keith Savard, do International Financial Institute, de Washington, afirma que, entre 90 e 93, US$ 30 bilhões foram retirados do país pelas organizações mafiosas.
Num documento a ser divulgado no Cairo, chamado "Convergência Criminal", a ONU relata:
Membros das máfias têm se encontrado em Praga e Varsóvia para "trocar técnicas de lavagem de dinheiro". Membros da Yakuza, máfia japonesa, mantêm ligações com a máfia russa em Vladivostok. As tríades chinesas se juntaram, no sul da China e em Hong Kong, à Yakuza. Grupos baseados em Lagos, na Nigéria, vivem "sob a tutela dos cartéis colombianos" e usam o Brasil como rota de cocaína para as máfias italianas.(CJT)

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