São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Franquias fazem sucesso no exterior

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Redes brasileiras de franquias mostram que fazer sucesso em outros países não é privilégio das grandes cadeias internacionais.
A Honey-Honey, que vende balas e chocolates, tem três lojas, um quiosque e quatro pontos de venda em cinemas no Chile.
A primeira loja chilena foi aberta em setembro de 1993, pouco mais de um ano depois de inaugurada a primeira unidade brasileira.
Roberto Ferreira, 42, franqueador da rede, diz que todas as lojas são de um único dono, José Luiz Braz, seu amigo há 15 anos.
"O faturamento das unidades no Chile é até um pouco mais alto que no Brasil. Chega a cerca de US$ 30 mil mensais", afirma.
A Honey-Honey tem dois formatos: quiosques e lojas. O faturamento médio de um quiosque é de US$ 15 mil por mês. Para as lojas, a média é de US$ 25 mil.
O resultado das lojas chilenas tem reforçado os planos de Ferreira rumo ao exterior. A rede abre as portas no Uruguai em três meses e, na Argentina, em seis meses.
Outro exemplo de internacionalização de sucesso é o das lojas de biquínis Bum Bum, que tem dois pontos em Madri (Espanha) e um em Punta Del Este (Uruguai).
Alcindo Pereira, 49, o Cidinho, dono da Bum Bum, conta que a idéia de ter franquias no exterior ocorreu há anos, logo após a abertura da confecção, em 1979.
Ele tinha uma loja com sua griffe em Ibiza, um badalado balneário espanhol, e diz que "recebia muitos interessados em franquear a marca".
A formatação do sistema de franquia aconteceu há um ano e meio. De lá para cá, a rede já tem, além das lojas no exterior, cinco unidades próprias e cinco franqueadas.
Para se adaptar ao mercado externo, a Bum Bum foi obrigada a remodelar o produto. "Criamos uma linha de maiôs e biquínis mais conservadora em relação à que é vendida aqui", afirma.
Esse é um dos pontos fundamentais para o empresário que planeja seguir os passos da Honey-Honey e da Bum Bum.
"É importante que o empresário entenda que nem tudo que funciona bem aqui dá certo lá fora", afirma Marcelo Cherto, 40, diretor do Instituto Franchising.
Segundo ele, a empresa e o produto precisam ser adaptados à cultura, aos hábitos e à concorrência locais", completa Cherto.
"A empresa deve verificar se tem mercado fora do país e isso só é possível com uma pesquisa detalhada", diz Paulo Henrique Menezes, 29, consultor da Sifra Sistemas de Franchising.
Menezes aconselha que a internacionalização aconteça em formato de "espiral".
"Primeiro, o empresário deve ir para os países mais próximos, porque é mais fácil de administrar, além de ser mais barato. Ele não pode querer abrir a primeira franquia na China", exemplifica.
É exatamente esse o caminho da Hispânia Línguas Latinas, escola de espanhol e português.
A empresa tem fornecido material didático para escolas e empresas argentinas, além de treinar os professores, como forma de testar o mercado.
Omar Bartaburu, 57, diretor, diz que "abrir uma unidade argentina é um passo para o futuro".
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sobre franquias no exterior à pág. 8-2

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