São Paulo, terça-feira, 2 de maio de 1995
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Área de trigo no MS cai mais de 400 mil hectares em oito anos

MYRIAN VIOLETA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A falta de uma política de preços mínimos do governo federal para o trigo provocou uma redução na área plantada neste inverno no Mato Grosso do Sul.
A avaliação é de Wilmar Hendges, vice-presidente da Coagri (Cooperativa Agropecuária e Industrial), com sede em Campo Grande, capital do MS.
O Estado já foi um dos maiores produtores de trigo.
Em 1987, chegou a plantar 450 mil hectares. Este ano, não deve passar dos 10 mil hectares, segundo Hendges.
``O produtor não planta mais trigo porque sabe que no final vai ter prejuízo", declara.
Para Hendges, é preciso que os agricultores de todo o Brasil parem de plantar o produto para mostrar ao governo federal a importância da produção no país.
``Quando o governo tiver que importar o trigo a qualquer preço, vai sentir a falta do plantio no país", diz.
O secretário de Agricultura do MS, Celso Martins, diz que ao Estado só resta ``chorar" pela diminuição na área plantada do trigo.
Ele afirmou que o governo estadual nada pode fazer, pois a cultura do produto depende de uma política agrícola nacional.
``Não podemos subsidiar o produto", afirma.
O trigo em Mato Grosso do Sul sempre foi plantado principalmente por ajudar a conter a erosão e reduzir o custo da safra de verão.
As outras opções para o agricultor não deixar a área descoberta no inverno são o milho safrinha (milho plantado no final do verão e começo do outono) e a aveia.
A previsão é de que sejam plantados até 60 mil hectares de aveia e 150 mil de milho safrinha.

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