São Paulo, terça-feira, 2 de maio de 1995
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Campanha no ar; Eixo real; Se tudo der certo; Afago no ego; Pacote de festas; Marimbondo de fogo; Calote nuclear; Devagar com o andor; Privatização; Açude privatizado; De GV a FHC; Geopolítica; Dote garantido; Na toca da onça; Caixa alta ; Acachapante; Bye bye; Após o bombardeio

DE GV A FHC

Campanha no ar
Os publicitários que trabalharam na eleição para FHC já têm pronto o esboço da campanha publicitária com a qual ele pretende enfrentar os protestos contra as reformas. A dúvida é saber quem vai pagá-la: governo ou PSDB.

Eixo real
A campanha pró-reformas vai ser composta de filmetes e spots de rádio e TV. Seu eixo é mostrar que a reforma trará dias melhores para todos. Muito parecida com a campanha ``O Brasil do Real", feita para o Banco do Brasil

Se tudo der certo
Na viagem aos EUA, FHC, depois de muito conversar, fechou um trato com Malan. O ministro, que sempre quis voltar para os EUA, fica no cargo até março ou abril de 97, quando deverá ser indicado pelo Brasil ao FMI.

Afago no ego
Para convencer Malan a ficar na Fazenda, FHC argumentou que a presença dele é fundamental para implementar todas as medidas de consolidação do real. A seu ver, elas só estarão completas em 97 porque em 96 haverá eleição.

Pacote de festas
O governador Paulo Souto (BA) saiu na frente e convidou FHC para estar em Salvador dia 2 de julho. Quer juntar na mesma comemoração a independência da Bahia, o aniversário do real e seis meses de governo, dele e de FHC.

Marimbondo de fogo
Presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) ainda não moveu uma palha para acabar com o incêndio PMDB/Planalto ou para atiçá-lo um pouco mais. Vai esperar para ver como é que fica.

Calote nuclear
O Brasil levou um calote de R$ 400 mil da Nuexco, intermediária mundial de materiais radioativos. Em dezembro, a estatal INB suspendera as remessas de urânio por falta de pagamento. Em fevereiro, a Nuexco entrou em concordata.

Devagar com o andor
Basílio Villani (PR) reúne hoje à noite, em sua casa de Brasília, a bancada do PPR. É para definir o que os deputados desejam para aderir ao governo e acabar com o monopólio dos caciques nas conversas com o Planalto.

Privatização
Sem dinheiro até para tapar buracos de estradas, o ministro dos Transportes, Odacir Klein (PMDB), estuda a idéia de arrendar as linhas da Rede Ferroviária Federal. Ao menos no Centro-Sul, pode ser um bom negócio.

Açude privatizado
O ministro do Meio Ambiente, Gustavo Krause, quer reiniciar as obras de açudes inacabados do Dnocs, apesar dos cortes no Orçamento. A idéia é repassá-las para empresas e cooperativas rurais.

Nas contas do Planalto, o PFL deve chegar a 120 deputados em 95. Ao estilo de Getúlio Vargas, FHC parece fomentar seu crescimento. Ao mesmo tempo, incentiva o PSDB a formar um bloco mais à esquerda no Congresso.

Geopolítica
Para o Planalto, o Congresso deve se acomodar em quatro grandes blocos. O ``Arenão" do PFL e a frente de centro-esquerda (liderada pelo PSDB), como aliados. A ala quercista do PMDB e a esquerda (PT à frente), na oposição.

Dote garantido
Líder do governo no Congresso, Germano Rigotto tem duas certezas: 1) o PPR vai engrossar a base de apoio ao governo; 2) o PPR vai ganhar um ministério.

Na toca da onça
Dorothéa Werneck volta quinta-feira à Comissão de Economia da Câmara. O PPR trabalha para ficar com o cargo da ministra.

Caixa alta
Em nova fase alto-astral, Orestes Quércia comprou uma casa na rua Atlântica, nos Jardins, um dos bairros mais caros de São Paulo. Desde a semana passada, seu escritório político funciona ali.

Acachapante
Por pouco, apenas 4 pontos percentuais, Fleury não ficou a ver navios no Diretório do PMDB paulistano. Quércia teve 76% dos votos -se chegasse a 80%, a chapa de Fleury não teria direito a um único representante no diretório.

Bye bye
Depois de Fleury, o líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos, foi o maior derrotado na convenção do PMDB paulistano. Seu plano de se candidatar a prefeito de São Paulo foi pelo ralo.

Após o bombardeio
Líder do PMDB, Michel Temer dá sua versão para o episódio da votação da Previdência: ``O PMDB nunca fechou questão contra a emenda. Ao contrário. Em todas as votações o partido tem se mantido unido com o governo".

TIROTEIO
- Para mim, agora é que o governo está tomando posse.

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