São Paulo, terça-feira, 2 de maio de 1995
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Trabalhador tem que chorar, diz Lula

MARCELO MOREIRA
DA FOLHA ABCD

O presidente nacional do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, 49, afirmou ontem em Diadema que o trabalhador não tem o que comemorar no Dia do Trabalho. ``Neste 1º de maio, a não ser pela data, nós temos é que chorar."
Segundo Lula, o trabalhador ganha um salário mínimo insuficiente para a sua sobrevivência e ainda ``corre o risco de perder benefícios com a reforma da Previdência".
Lula participou, ao lado do presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, e de deputados estaduais e federais, de ato em comemoração ao Dia do Trabalho em Diadema e também de missa em São Bernardo.
Vicentinho, 38, concordou com Lula e disse também não ver motivos para comemoração.
Para ele, os trabalhadores estão sofrendo com a falta de dinheiro como nunca se viu antes no Brasil. ``Temos que lutar pela redistribuição de renda. É a única forma de minimizar as perdas da população carente", disse.
Vicentinho chegou duas horas e meia atrasado ao ato público em Diadema. Ele deveria discursar às 17h, mas só o fez às 19h30.
O público presente ao ato foi estimado, às 19h, em 20 mil pessoas pela polícia Militar e 30 mil pelos organizadores.

Manifestações
As manifestações pelo Dia do Trabalho começaram na manhã de ontem com missa celebrada pelo bispo da diocese de Santo André, dom Cláudio Hummes, na Igreja Matriz de São Bernardo.
O ponto alto da festa foi quando Lula subiu ao palco ao lado de Roberto Seixas, que faz cover (imitação) de Raul Seixas.
Lula chegou a ensaiar alguns passos durante a execução da música ``Trem das Sete".

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