São Paulo, terça-feira, 2 de maio de 1995
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'Invasão foi última alternativa'

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O delegado Artur Braga, 47, que coordena o grupo de elite da Polícia Civil do Paraná, disse ontem que os policiais invadiram a suíte da casa do empresário Roni Martin, em Marechal Cândido Rondon, sem saber exatamente em qual posição estavam os reféns e os sequestradores.
Ele afirmou que Pedro Beltramin teria disparado um tiro de espingarda, quando os policiais entraram no quarto, e foi atingido em seguida com um tiro.
A seguir os principais trechos da entrevista à Agência Folha:

Agência Folha - Quem planejou a invasão da casa?
Artur Braga - Sete delegados do Paraná, dois delegados de Santa Catarina e quatro policiais militares. Tudo sob a coordenação do secretário Cândido. Decidimos tudo na madrugada do sábado. A invasão foi a última alternativa, porque os sequestradores não cederam nada nas exigências e disseram que o bebê ia ser morto no sábado.
Agência Folha - Quanto tempo vocês treinaram?
Braga - Dois dias, durante o dia e à noite, na casa que foi montada a partir das informações do engenheiro que a construiu e com informações do médico, que esteve por nove vezes na casa.
Agência Folha - Vocês sabiam onde estavam os reféns?
Braga - Não. Sabíamos a posição dos móveis e o tamanho do quarto, mas onde estavam todos não tínhamos condições de saber. Sabíamos também que os reféns deveriam estar vestidos de branco.
Agência Folha - Como Leina Martin foi atingida?
Braga - Ela estava na cama, junto com a filha (o bebê Natália) e outra mulher. O Pedro Beltramin estava sentado por cima das três. Ele foi atingido primeiro e caiu atirando sobre Leina, que se jogou para cima do bebê.
Agência Folha - Havia risco de algum refém ser morto?
Braga - Sim, porque o ambiente era muito pequeno e cheio de móveis. Mas fomos preparados com armas de cano curto (revólveres calibre 38) para evitar consequências mais graves.
Agência Folha- Quantos policiais participaram da invasão?
Braga - Foram 21.
(MS)

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