São Paulo, terça-feira, 2 de maio de 1995 |
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Ofensiva croata é a maior em dois anos
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O Exército da Croácia atacou ontem o encrave sérvio da Krajina, em território croata, violando linhas de cessar-fogo estabelecidas pelas Nações Unidas. Foi o maior ataque croata desde 1993.Os sérvios da Krajina tomaram quase um terço da Croácia em 1991, num levante contra a independência croata da Iugoslávia. Tropas sérvias da Krajina haviam cruzado a fronteira com a Bósnia e atacado o encrave muçulmano de Bihac (Bósnia), violando linhas fronteiriças. Após o ataque croata de ontem, com 2.000 soldados e dois jatos MiG-21, os sérvios da Krajina bombardearam cidades croatas e tomaram 115 observadores da ONU como reféns. O governo croata informou que o objetivo da operação de ontem era restaurar o tráfico civil numa estrada sob controle sérvio. Mas um informe na televisão croata sugeria que a intenção do avanço de 18 km, segundo a ONU, era recuperar o território. "Chamamos os sérvios a depor suas armas e não resistir à ação legítima das forças do governo, disse em comunicado do Ministério do Interior. Um oficial sérvio da Krajina disse que houve "perdas consideráveis e conclamou os sérvios da vizinha Bósnia e da república iugoslava da Sérvia a socorrerem seus "irmãos da Krajina. Segundo observadores da ONU, os sérvios da Bósnia não reagiram às tropas croatas que avançavam pelo lado norte do rio Sava (na fronteira com a Krajina, 100 km a sudeste da capital croata, Zagreb). Mas o líder das milícias sérvias da Bósnia, Radovan Karadzic, afirmou que suas tropas apoiarão os rebeldes da Krajina. "Nos defenderemos juntos, pois somos um povo só e consideramos que a Krajina é nossa terra, disse. Karadzic controla cerca de 70% do território da Bósnia e se recusa a aceitar um pleno internacional de paz que divide o país: metade para sérvios, metade para uma federação muçulmano-croata. "Todos os territórios sérvios deveriam se unificar, afirmou ontem após encontrar o enviado especial da ONU à Bósnia, Yasushi Akashi, em Pale (perto da capital bósnia, Sarajevo). Akashi tentou sem sucesso renovar um acordo de cessar-fogo para a Bósnia que expirou ontem. Duas mulheres foram mortas a tiros em Sarajevo. Texto Anterior: Campanha tem debate decisivo Próximo Texto: Zlata lembra conflito bósnio Índice |
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