São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995 |
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De Niro frustra na sua estréia como diretor em ``Desafio no Bronx"
CÁSSIO STARLING CARLOS
Enfocando um universo excessivamente próximo das tramas que interpretou sob a direção de cineastas como Martin Scorsese, Coppola e Sergio Leone -a família de classe média, católica, os chefões da máfia italiana, a rebeldia juvenil-, De Niro sucumbe à tentação de misturar vida e obra. Ele próprio interpreta um honesto pai de família, motorista de ônibus, que vive no Bronx com a mulher e o filho (Calogero). Este é seduzido por outra imagem paterna -Sonny (Chazz Palminteri), o ``padrinho" do bairro. Calogero presencia um crime cometido por Sonny e livra a cara deste quando a polícia o convoca para reconhecer o assassino. Daí nasce uma rede de influências que se fortifica a despeito da insatisfação do pai do garoto. A temática familiar -seja a sanguínea, seja a da máfia- domina a primeira parte do filme. Depois entram em cena os conflitos raciais por meio do romance entre Calogero e uma garota negra. Tudo bem que o iniciante De Niro tenha boas intenções, mas elas não são suficientes para construir um drama forte. Seus limites ficam evidentes, por exemplo, nas cenas em que os conflitos se tornam físicos (nas lutas com uma gangue de Hell's Angels e com um grupo de garotos negros), onde o modo de filmar carece de vigor. Mas o pior é a comparação inevitável com filmes como ``Caminhos Violentos" ou ``Era Uma Vez na América". Perto deles De Niro dá a impressão de ser um aluno que tenta convencer que é talentoso copiando o estilo dos mestres. O que é constrangedor. Filme: Desafio no Bronx Direção: Robert de Niro Elenco: Robert De Niro, Chazz Palminteri Distribuição: PlayArte Home Video (tel. 011/573-8894) Texto Anterior: 'O Corvo' transforma morte de ator em clipe Próximo Texto: Crystal desfila piadas de uma família judia Índice |
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