São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995
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Obra de Regina Vater homenageia brasileiro

'Comigo Ninguém Pode' simboliza `vitalidade' do povo

DA REPORTAGEM LOCAL

Exposição: Comigo Ninguém Pode
Artista: Regina Vater
Exposição: Estrela Guia
Artista: Bill Lundberg
Onde: Galeria Sesc Paulista (av. Paulista, 119, térreo, tel. 011/284-2111, Paraíso, zona sul de São Paulo)
Quando: abertura amanhã, às 19h; até 25 de maio
Visitação: de seg a sex, das 10h às 19h

A Galeria Sesc Paulista expõe a partir de amanhã as instalações ``Comigo Ninguém Pode", da artista brasileira Regina Vater, 52, e ``Estrela Guia", do artista norte-americano Bill Lundberg, 53.
``Comigo Ninguém Pode" faz parte de uma série de instalações que Vater faz desde 1984. Ela mora nos EUA desde 1980; viveu em Nova York até 1985 e desde então está radicada em Austin, Texas.
A instalação consiste numa série de panos dependurados em bambu, nos quais estão estampadas fotos 3 x 4 que Vater comprou de um fotógrafo de rua no Rio.
Os panos formam no centro um triângulo, uma espécie de tenda, na qual Vater colocou um montinho de areia e, sobre ele, plantou a Comigo Ninguém Pode, nome popular de uma planta comum em entradas de edifícios.
``Essa planta cresce em qualquer lugar, resiste a tudo menos ao frio", diz Vater. ``Para mim, é um emblema do povo brasileiro, que suporta tantos problemas, mas continua firme, até alegre."
Para ela, o Brasil está ``na vanguarda dos povos", porque valoriza ``a espiritualidade e a relação humana numa época em que a tecnologia afasta os homens".
Daí, diz ela, a disposição da instalação, que coloca a planta dentro de um ``santuário", como a ``árvore da vida" cultuada em religiões primitivas e no candomblé.
A instalação de Lundberg parte de uma foto de Vater menina, dançando, que ele viu na casa de parentes dela em Petrópolis (RJ). No outro lado pôs um vídeo que mostra as mãos do jardineiro da mesma casa cortando a grama.
Com isso, quer contrapor abstrato (dança) e concreto (trabalho manual), classe alta e classe baixa. ``O trabalho do jardineiro é arte, como a dança da menina", diz.

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