São Paulo, sexta-feira, 5 de maio de 1995
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Emenda do gás canalizado agrada a Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

O líder do PT na Câmara, deputado Jaques Wagner (BA), considera os partidos de oposição os grandes vitoriosos na votação da emenda que quebra o monopólio estatal na distribuição de gás canalizado, realizada anteontem.
``O governo foi obrigado a recuar", disse Wagner. Segundo ele, o texto proposto pelo relator Jorge Tadeu Mudalen (PMDB-SP), que acabou aprovado, preserva os interesses das estatais que hoje distribuem gás.
Para o deputado, uma das causas do ``recuo" do governo foi a recusa do PT em negociar com os aliados do presidente Fernando Henrique Cardoso.
``Se o PT tivesse apoiado uma emenda pela meia flexibilização do monopólio, certamente haveria a quebra completa, afirmou.
Segundo Wagner, a estratégia do PT ``é tensionar ao máximo a tramitação das emendas para produzir uma média que melhore a proposta inicial".
Wagner disse que o presidente nacional do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ficou surpreso com a posição do partido, mas gostou da repercussão da votação.
``O Lula espera que, com isso, se acabe com a idéia de que o PT não aceita votar em nada", disse.
A assessoria de imprensa de Lula informou ontem que o presidente do PT considerou ``acertada" a posição dos deputados petistas.
Os dois setores que Lula define como estratégicos são telecomunicações e petróleo. Nesses, ele é totalmente contrário à quebra do monopólio estatal.
Lula falou, ainda, através da assessoria, que a parceria com a iniciativa privada vem sendo desenvolvida por prefeitos do PT como Antônio Palocci (Ribeirão Preto) Luiz Eduardo Cheida (Londrina).
O líder do PT na Câmara não quis comentar a possibilidade de o partido votar a favor de outras das emendas constitucionais em tramitação no Congresso. ``Nenhum técnico antecipa sua estratégia antes do início do jogo", afirmou.
PT, PC do B, PDT, PSTU, PCB e entidades sindicais vão criar um fórum para se opor à retirada de direitos sociais da Constituição e defender o monopólio do petróleo e telecomunicações.

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