São Paulo, sexta-feira, 5 de maio de 1995
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Partidos resistem ao PFL

JOMAR MORAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Vinheta/Chapéu: \<FD:"VINHETA-CHAPÉU"\>EXECUTIVO X LEGISLATIVO\</FD:"VINHETA-CHAPÉU"\>
Assuntos Principais: CRÍTICA; FUSÃO; PARTIDO; REFORMA ELEITORAL
Partidos resistem ao PFL
A intenção do PFL de chegar ao segundo semestre como o maior partido no Congresso foi golpeada, nos últimos dias, com a reação das legendas que vinham sendo assediadas pelos pefelistas em busca de novos filiados.
A Folha apurou que a cúpula pefelista decidiu atuar com mais discrição no trabalho de convencimento de parlamentares de outros partidos e estão suspensas as conversas sobre fusão de outras legendas ao partido, até que se tenha uma melhor definição da futura reforma eleitoral.
Ação de Maciel
Até o vice-presidente da República, Marco Maciel (PFL-PE), cujos jantares com políticos de todos os partidos, no Palácio Jaburu, vinham servindo de pretexto para atrair novos quadros, resolveu mudar de tática.
Maciel continua recebendo convidados mas a todos costuma dizer que, na condição de vice-presidente da República, não pode agir como pefelista ou pernambucano.
A reação mais rápida e emocional à investida do PFL ocorreu no PPR, que os pefelistas esperavam absorver com a fusão das legendas.
``Não iríamos aceitar esse terrorismo do PFL em nenhuma hipótese", diz o deputado Basílio Villani (PPR-PR), em cuja casa foram realizadas reuniões para reagir ao cerco do partido de Marco Maciel.
Foram, porém, o senador Espiridião Amin, presidente nacional do PPR, e o deputado Francisco Dornelles, líder na Câmara, que acabaram salvando seu partido de uma investida mortal do PFL, ao costurarem às pressas o apoio ao governo (leia reportagem à pág. 1-5).
Ao entrar para o governo, recebendo cargos e benefícios, o PPR estancou a sangria que ameaçava levar para o PFL e o PSDB cerca de 10 de seus 49 deputados e 6 senadores.
Ação dos tucanos
No PSDB, os líderes de bancadas, a presidência do partido e o ministro Sérgio Motta tentam montar uma estratégia para fortalecer o partido com vistas à eleição de prefeitos de 96.
Os tucanos sabem que não poderão enfrentar a máquina pefelista em todo o país e trabalham com a idéia, sugerida pelo líder na Câmara, José Aníbal, de concentrar a ação nos 300 maiores municípios, onde estão mais de 70% do eleitorado brasileiro.
Os tucanos, que já chegaram a perder um deputado para o PFL, também tentam atrair parlamentares de outras legendas. Já ganharam um senador e contam para os próximos dias com três adesões.
O PTB que chegou a ser sondado para fusão com os pefelistas também não quer saber mais dessa história. ``Nossa legenda tem charme e vai sobreviver", diz o líder petebista Nelson Trad. Ele já está conversando com o PL e o PP para uma eventual fusão dessas legendas aos trabalhistas.

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