São Paulo, sexta-feira, 5 de maio de 1995 |
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Muller revela acordo com o Corinthians
MÁRIO MAGALHÃES
Ele planeja começar a treinar entre os dias 15 e 20 e se integrar em seguida ao time. ``Agora vou marcar gols pelo timão", afirmou em entrevista por telefone à Folha, citando a expressão popular que designa o clube. Muller e o Corinthians chegaram a um acordo salarial. O negócio precisa ser confirmado na segunda-feira, quando a empresa Hitachi responderá se aceita vender o passe do jogador. A Hitachi é proprietária do Kashiwa Reysol, clube para o qual Muller se transferiu em janeiro. O técnico do time, o ex-jogador brasileiro Zé Sérgio, concordou com a saída do atacante. ``Como os empresários no Japão não querem ninguém insatisfeito aqui, é certo que estou indo já para o Corinthians", disse Muller, falando da sua casa na cidade de Kashiwa, a 40 km de Tóquio. O Corinthians propôs à Hitachi pagar cerca de US$ 1,5 milhão pelo passe de Muller. O empresário do atacante no Brasil, Carlos Antônio Alves, afirmou que há ``99% de chances" de o negócio ser concretizado. ``Não estávamos divulgando para não dar problema na transferência." Folha - Por que você decidiu voltar cinco meses após a transferência para o Japão? Muller - Porque minha família não se adaptou ao país. Meu filho Luís Muller, de 7 anos, está em idade escolar. Quero que ele frequente uma escola em que se fale português, e não japonês. Folha - Sua mulher, Jussara, também não gostou do Japão? Muller - Não é que não tenhamos gostado. Aqui todos nos tratam bem e o clube nos dá tudo. Mas nós, que somos religiosos, estamos sentindo falta dos irmãos e da comunhão na Igreja Evangélica da Época da Graça. Folha - No São Paulo, você ganhava US$ 28 mil por mês. No Corinthians, vai ganhar mais que no São Paulo? Muller - Sim. Folha - O São Paulo recebeu US$ 1,75 milhão por seu passe e você ganhou US$ 1 milhão. Quanto o Corinthians vai pagar aos japoneses? Muller - (Rindo) Pára com isso. Eu não recebi nada e não sei quanto o Corinthians vai pagar. Folha - Você foi bicampeão mundial de clubes (Copa Toyota) pelo São Paulo (1992 e 1993) e um símbolo do clube. Como será defender um ex-rival? Muller - Vai ser legal. Não vejo a hora de vestir a camisa do timão, jogar do lado da maior torcida do Estado. Folha - Você está mal no futebol japonês? Muller - Meu time está em penúltimo lugar na J-League (liga profissional japonesa de futebol), mas pelo menos sou o artilheiro da equipe, com cinco gols. Texto Anterior: Jogadores querem atuar em 'times grandes' Próximo Texto: Viola pode ir para o Japão Índice |
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