São Paulo, sexta-feira, 5 de maio de 1995
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Empresários disputam novo canal

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

O Reino Unido prepara-se para instalar seu quinto canal de televisão por transmissão terrestre, o "Channel 5", que tem atraído o interesse dos maiores grupos empresariais do país.
Previsto para iniciar suas transmissões em janeiro de 1997, o canal terá suas operações reguladas pela ITC (Comissão de Televisão Independente), cujos membros são escolhidos pelo governo.
A comissão tem até novembro para anunciar o vencedor da concorrência. Na última terça-feira, quando terminou o prazo para a entrega das ofertas dos interessados, um grupo liderado por uma empresa canadense foi a grande surpresa.
A UK TV Developments, comandada pela rede CanWest, do Canadá, ofereceu 36 milhões de libras (US$ 58,3 milhões) para operar o canal.
Rupert Murdoch, o maior empresário das comunicações do país, dono de jornais como ``The Times" e ``The Sun" e de 40% da rede de TV a cabo Sky, era considerado o mais forte candidato. Mas Murdoch fez uma pequena oferta pelo novo canal, de apenas 2 milhões de libras (US$ 3,24).
Outro poderoso grupo britânico, Virgin, do empresário Richard Branson, está na corrida pelo ``Channel 5". A Virgin TV apresentou uma proposta de 22 milhões de libras (US$ 35,6 milhões), o que a deixa com chances de ganhar a concorrência.
O grupo Channel 5 Broadcasting, que reúne a empresa dona do jornal ``Financial Times", fez a mesma oferta que Branson: 22 milhões de libras.
Apesar da grande quantia oferecida pelos canadenses, a escolha da ITC não será simples e vai levar em consideração a qualidade da programação proposta por cada concorrente.
No Reino Unido, os canais terrestres têm a programação controlada indiretamente pelo governo, no caso da BBC por sua direção e no de outros canais pela ITC.
O operador do ``Channel 5" terá que oferecer o mínimo de 30 minutos em média por dia, durante a semana, e 15 minutos no fim-de- semana, de programa jornalístico.
Deverá haver uma média de 3h30 de programas infantis por semana. Há também a exigência de que 40% de sua programação seja original, para evitar que o canal seja dominado por seriados e filmes importados.
Depois do sexto ano de operação a exigência para número de horas de notícias e programas infantis vai aumentar e as produções originais terão que chegar a 65%.
A ITC, que tem poder completo sobre a escolha, poderá considerar que o grupo canadense não é o mais indicado para proporcionar este tipo de programação e declarar vencedor algum grupo com uma oferta menor.

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