São Paulo, sexta-feira, 5 de maio de 1995 |
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Prêmio Sharp quase passa rápido e batido
CARLOS CALADO
``O Festival de Veneza não entendeu meu trabalho. Meu filme é muito melhor que o do Zefirelli", ironizou Alceu, descontente com sua inclusão na categoria regional (e não com outros grandes nomes da MPB, os ``Zefirellis"), em um dos raros discursos da noite. Apressada por um atraso de 55 minutos, a cerimônia teve ritmo de refeitório, como se os artistas premiados passassem o bandejão apenas para pegar os prêmios. Três deles viraram emocionadas homenagens póstumas. Duas para Tom Jobim: melhor samba (``Piano na Mangueira", com Chico Buarque) e melhor disco de MPB; e uma o violonista Raphael Rabello (melhor solista instrumental. A novidade de anunciar os prêmios através de grandes cantoras trouxe espontaneidade à entrega -e situações divertidas também. ``Vamos acelerar, gente! Eu quero jantar", disparou Nana Caymmi, mal dando tempo para que os premiados subissem ao palco. ``E o prêmio de melhor cantora vai... pra mim", anunciou Alcione, eleita na categoria samba. Estreando na direção de um musical, a atriz Irene Ravache orientou o show de encerramento. Escolheu um formato de recital para a homenagem à cantora Elis Regina, que faria 50 anos em 95. João Marcelo e Pedro Mariano, filhos da homenageada, abriram o show com certa irreverência: um arranjo eletrificado, quase pop, de ``Triste" (Tom Jobim). Os oito números seguintes comprovaram o ecletismo de Elis -do suíngue de Jorge Benjor (``Zazueira") ao lirismo de Milton Nascimento (``canção do Sal"). Favorito da platéia, Jair Rodrigues lembrou o clássico ``pout-pourri" de sambas que o popularizou nos anos 60, ao lado de Elis. Foi aplaudido de pé. O pior momento ficou por conta de Belchior, que abusou de maneirismos vocais, em uma versão carregada de ``Como Nossos Pais". Cantou como seus bisavós. E os vídeos com Elis foram fundamentais: ninguém emocionou tanto como a homenageada. Texto Anterior: Hollywood investe em filmes de striptease; 'Waterworld' gera briga entre Costner e Reynolds; Fita de Jagger e Richards de 1961 vai a leilão; Desenho "Pocahontas" bate recorde de vendas Próximo Texto: Villela lidera escolhidos nas categorias de teatro Índice |
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