São Paulo, sexta-feira, 5 de maio de 1995
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Distribuição de pobreza; Ética socialista; O gueto; Cursos nota A; Troca de nome; Saúde e interesse social; Viva Simão!

Distribuição de pobreza
``Quero parabenizar a Folha pelo artigo do jornalista Luís Nassif em 30/4. Ele examina e critica com grande objetividade a perigosa política cambial do governo. Em virtude de estar exageradamente atemorizado com o aquecimento do consumo, que produz riqueza, empregos e arrecadação de impostos, os mentores da nossa economia implementaram, contrariando as promessas, improvisadas medidas recessivas de arrocho ao crédito e aumento de tarifas alfandegárias, voltando a distribuir pobreza, como se fez nos últimos 20 anos. Com oportunas e silenciosas correções na política cambial, teriam sido evitadas violentas perdas nas exportações e nas reservas cambiais, e sobretudo no desgaste da imagem internacional da seriedade do nosso país. A exemplo dos países mais pobres da Asia, que em poucos anos souberam criar, a partir de economias exclusivamente agrícolas, importantes e modernos parques industriais, o nosso governo deveria perseguir também uma política de crédito que consinta ao país o aumento de produtividade, empregos e diminuição de custos que permitam uma oferta de bens abundante, única solução para controlar a inflação e diminuir a desigualdade social e a miséria de imensas camadas da população."
Piero V. Gancia (São Paulo, SP)

Ética socialista
``Magnífico o artigo do Roberto Campos do último domingo no que diz respeito ao diagnóstico do país. Equivocado, entretanto, quanto à terapêutica. Lastimei que não se aprofundasse no exemplo dado sobre o Vietnã que, ao assumir algumas ferramentas liberais, manteve a ética socialista e, por isso, está progredindo. Sou contra a postura liberal acrítica e o uso da terapêutica neoliberal como panacéia universal, sem uma percepção clara de que a ética socialista -objetivando sempre e concretamente a dignidade de vida das pessoas- deve ser a coluna dorsal do processo de modernização e mudança e todas as ações devem redundar direta e imediatamente na conquista dos direitos e da cidadania. Quando os governos trabalharem nessa direção, poderemos encontrar soluções perfeitas para a cruel realidade brasileira."
José Aristodemo Pinotti, deputado federal pelo PMDB-SP (São Paulo, SP)

O gueto
``A edição de 3/5 da Folha, em sua pág. 1-2, traz um ataque do deputado José Genoino contra o PCdoB. Segundo o deputado, o PCdoB estaria isolado, num `gueto'. É necessário esclarecer que os dez deputados do PCdoB, longe de estarem politicamente isolados no Congresso, participam ao lado de diversos partidos (inclusive o PT de que teoricamente o deputado faz parte) de um amplo esforço a favor dos trabalhadores e do país, contra as `reformas' antinacionais e anti-sociais do governo federal. O deputado José Genoino gasta mal seu tempo ao atacar o PCdoB. Melhor faria se procurasse superar as dúvidas que sua atuação em Brasília desperta no interior de seu próprio partido."
Aldo Rebelo, líder do PCdoB na Câmara dos Deputados (Brasília, DF)

Cursos nota A
``Na lista de cursos com nota A em mestrado e doutorado, na Folha de 22/4, não há, lamentavelmente, menção ao Programa de Antropologia da Unicamp. A referida matéria se baseia em um documento oficial. Ora, precisamente na página 13 deste documento, o Programa de Mestrado em Antropologia da Unicamp tem a menção A. O grau A da Capes expressa o reconhecimento da comunidade científica brasileira a um programa de pós-graduação. Também não desconhece o seu significado na vida universitária e, portanto, pode muito bem avaliar os prejuízos institucionais e acadêmicos causados por esse erro da Folha."
Marcio Ferreira da Silva, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas -Unicamp (Campinas, SP)

``A Folha editada em 22/4 publica uma relação de cursos de mestrado e doutorado em cujo bojo está excluída a Faculdade de Odontologia da PUC-RS. Esta escola que dirijo possui dois cursos com conceito A, sem restrições e recomendados pela Capes. São eles: a) mestrado em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial, que funciona há 15 anos e que já produziu uma centena de mestres espalhados pelo Brasil e América Latina; b) doutorado em estomatologia clínica, com sete anos desde a criação e com mais de dez doutores. A notícia está incompleta."
Raphael O. Carlos Loro, diretor da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul -PUC-RS (Porto Alegre, RS)

Nota da Redação - O critério utilizado na listagem foi dar apenas os cursos que têm mestrado e doutorado e que obtiveram nota A nos dois.

Troca de nome
``Em matéria publicada dia 3/5 na pág. 1-11, assinada pelo jornalista Clóvis Rossi, discorrendo sobre seguridade social, ele citou meu nome erroneamente: em vez de Sebastião Madeira foi publicado Sebastião Faria."
Sebastião Madeira, deputado federal pelo PSDB-MA (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia correção na seção Erramos abaixo.

Saúde e interesse social
``De uma forma geral, todas as entidades médicas manifestam-se em defesa de um serviço público de saúde com qualidade, aberto a todos. A Prefeitura de São Paulo também deve prestar esse tipo de serviço. Nesse sentido, as entidades colocaram-se prontamente contra o Plano de Atendimento à Saúde (PAS), proposto pela Secretaria Municipal de Saúde. Tais posições foram definidas em dezenas de assembléias, em que se discutiu as diversas faces do plano, contrárias aos princípios básicos que devem reger a saúde pública. É com satisfação que observamos agora a revelação da real postura da APM, manifestada pelos seus delegados na assembléia do dia 28/4. São contra a implantação do PAS, da forma como é apresentado e como vem sendo, arbitrariamente imposto aos médicos."
Tito César Nery, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (São Paulo, SP)

Viva Simão!
``Leitores, por favor, não falem mal do Simão! Já bastam as segundas-feiras que tenho que ficar sem ele..."
Ruth Gabriel (Barueri, SP)

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