São Paulo, sexta-feira, 5 de maio de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Recomeça o pesadelo Recrudesce a violência no território da ex-Iugoslávia. O Exército da Croácia recuperou na terça-feira grande parte de Krajina, um encrave sérvio em seu território. Foi o maior ataque croata desde 1993. Em resposta, os sérvios de Krajina bombardearam várias cidades croatas, inclusive a capital Zagreb. Ameaças sérvias interrompem já há três semanas a ajuda humanitária a Sarajevo, a capital sediada da Bósnia, que também voltou a ser agredida. Constantes ataques a alvos civis vêm levando governos ocidentais, como a França, a ameaçar retirar seus soldados da força de paz da região. De fato, reduz-se drasticamente a esperança de que uma ação internacional possa impedir que povos que até a década passada conviviam em paz voltem agora a se destruir com redobrada violência. Diante da volta ao noticiário de referências diárias a massacres na região, abandona-se também a esperança que se possa contar com qualquer bom senso por parte dos senhores de guerra envolvidos. ``Ninguém pode nos impedir de pegar em armas para defender nosso povo", declarou o líder sérvio da Bósnia, Radovan Karadzic. Entre o princípio de não intervir em um assunto que diz respeito à autodeterminação dos povos em conflito e a inadmissibilidade que alvos civis continuem a ser atacados sem uma reação internacional, a ONU vive um dilema cada vez mais doloroso. A mera retirada das forças de paz pode ser uma omissão perigosa, diante da possibilidade da generalização do conflito. A ação da ONU ainda é imprescindível, ao endossar e supervisionar soluções conciliatórias, por mais limitadas e provisórias que sejam. Texto Anterior: Habermas economista Próximo Texto: Em casa Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |